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“Fofo”, pero no mucho!

Aleteia Vaticano - publicado em 25/07/13

Nem mesmo o headhunter mais qualificado poderia encontrar um perfil melhor para liderar a Igreja nos dias atuais

Por certo um dos elogios mais repetidos para o papa Francisco nestes dias é típico do gênero feminino, sua “fofura” marcada por um sorriso cativante e uma simplicidade acolhedora contrasta com a lição dura e um testemunho audacioso para toda a sociedade, especialmente os que se configuram na liderança do mundo religioso e político. “Fofo”, pero no mucho! Francisco é o argentino que se revestiu do amor cristão, mas que mantém a personalidade franca e contundente, típica de suas raízes. Ao povo oferece seu sorriso, sua amizade, beijos e abraços, mas não se iludam, da hierarquia da Igreja até os cenários políticos, os que se desvirtuam de sua missão trazendo consequências sofridas para este povo testemunharão a dureza de um olhar destemido e plenamente confiante.

Nem mesmo o headhunter mais qualificado poderia encontrar um perfil melhor para liderar a Igreja nos dias atuais, se para os descrentes faltava confirmação científica de que Francisco era o perfil ideal, seus primeiros meses de pontificado comprovam que ele possui as aptidões necessárias para os planos de quem o “contratou”. Um líder que sabe o que faz e a que veio, que tem profunda intimidade com o chefe e por isso conhece seus anseios, está disposto a tudo para não ceder à tentação de agradar aos outros, ainda que venham lhe oferecer algum tipo de luxo, tentando coloca-lo à prova. Bergoglio revestiu-se do “cargo” de papa com a cartilha de Francisco. A reconstrução da Igreja é certa, a “rádio peão” já anuncia cortes necessários, a Cúria Romana já sofrerá reforma nos próximos meses. 

Há milhões de jovens assistindo a cada passo do papa, eles são os estagiários em quem a Igreja investe e espera, precisam sentir confiança para permanecerem no grupo e não trocarem de carreira. Enquanto impõe seu ritmo, o papa precisa ver quem são seus aliados, em cada gesto de simplicidade observa nos cardeais, bispos e padres quais deles se assustam, quais parecem não aceitar essa pobreza e quais deles se apaixonam e sentem-se chamados a colaborar na reconstrução. Não é fácil administrar, ganhar confiança, dar testemunho e ainda se preocupar com um mundo de bilhões de pessoas que o assistem perguntando-se se querem ou não aceitar esse cristianismo que parece voltar às origens. 

O histórico de bons perfis para o papado é positivo e longo, ainda que parecesse improvável para os “especialistas” da época, a escolha de Pedro como líder dos apóstolos foi surpreendente, mas foi graças ao amor incondicional pelo mestre e pela igreja e por seu temperamento franco de pescador que um pequeno grupo de 12 pessoas expandiu o cristianismo de tal forma que veio a se tornar a maior religião do planeta. 

A fofura do papa dá as boas-vindas a um novo tempo para a Igreja, e seu temperamento tipicamente argentino, conhecido pelo alto nível de exigência, tratará de impor as devidas condições para se fazer parte deste novo tempo.  As “ações” da Igreja na bolsa de valores estão em alta, os católicos renovam seu orgulho de serem católicos, líderes de outras religiões trocam beijos com o papa e oferecem seus elogios e apreço, a mídia pagã se maravilha com suas atitudes, a JMJ está preparada para viver a plenitude de seu tema, a reunião deste fim de semana será marcada pelo envio dos novos líderes, os jovens e também os membros do clero que independente da idade está acompanhando atentamente e aprendendo como deve ser a nova Igreja.

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