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Cresce a expectativa de vida na América Latina, mas e a qualidade?

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Jaime Septién - publicado em 13/08/13
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A baixa qualidade dos serviços públicos, a migração, os novos hábitos alimentares, a vida nas grandes cidades… elementos que afetam a saúde das pessoas

A diferença da expectativa de vida no mundo – 63.3 anos – e na América Latina – 75 anos – indica que o continente tem alcançado uma melhor qualidade de vida. Há 100 anos, a expectativa de vida aqui era de 46 anos.

 

Mas tudo também depende – afirma Kateri Salas, especialista da ONU e diretora do World Youth Alliance, em artigo publicado no website da Conferência Episcopal Mexicana – do que se entende por qualidade de vida, que é um conceito que vai além do número de anos vividos.

 

A qualidade de vida deve ser medida pelo acesso a boa educação, bons serviços de saúde e bem-estar, além de outros elementos. Trata-se de um conceito integral.

 

“A América Latina e o Caribe, em termos de renda, é a região mais desigual do mundo”, afirma Salas. Isso gera uma situação de crise que afeta a qualidade de vida e desafia a saúde da população.

 

Segundo a especialista, os serviços de saúde oferecidos aos idosos, o crescimento significativo de doenças crônicas como o diabetes, as mudanças nos hábitos alimentares e a migração do campo para as cidades são alguns fatores que têm afetado muito a qualidade de vida na América Latina. 

 

As doenças crônicas são um exemplo de que a qualidade de vida não se mede apenas pelo número de anos vividos. O diabetes, por exemplo, afeta 20 milhões de latino-americanos. É uma doença que pode trazer como consequências cegueira, amputações, insuficiência renal e incapacidade parcial ou permanente.

 

Outro fator que tem comprometido a qualidade de vida é a obesidade. “Essas duas patologias têm atingido duramente a América Latina”, afirma Kateri Salas. A esta última se soma a mudança na dieta, com o maior consumo dos alimentos processados e em muitos lugares o abandono dos alimentos orgânicos e muitas vezes das frutas e verduras.

 

“A mudança na dieta ocorreu no período de duas gerações e está vinculada à abertura dos países aos mercados estrangeiros e à globalização”, afirma a especialista.

 

Ela destaca que a migração do campo para a cidade é outro elemento chave entre os que comprometem a qualidade de vida. 

 

“As grandes cidades na América Latina, que contam com alta densidade populacional, transformam rapidamente a vida das pessoas em um estilo moderno que se traduz em estresse e maior incidência de doenças cardiovasculares.”

 

Apesar de tantos fatores negativos, Kateri Salas destaca algumas boas práticas que começam a ser implementadas.

 

“Algumas cidades estão investindo mais tempo e recursos no planejamento do espaço. Planejam-se também cidades menores. O planejamento envolve as construções, o transporte público, hospitais, escolas, áreas verdes…”

 

Em uma análise geral, a especialista afirma que não há dúvidas de que a expectativa de vida na América Latina esteja aumentando, apesar de não haver uma relação direta entre o aumento no número de anos vividos e a qualidade dos mesmos.

 

A higiene, o consumo de produtos orgânicos, o reflorestamento, entre outras ações, podem melhorar a qualidade de vida.

 

Tudo isso, com especial atenção à criação de políticas com um enfoque integral do ser humano e do seu entorno pode trazer mais anos bem vividos, felizes e dignos.

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