Apelo urgente para ajudar a encontrar caminhos para superar os diferentes contrastes e abandonar toda a vã pretensão de uma solução militarO Papa Francisco enviou uma carta ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, atualmente no comando do G20 (que engloba as 20 maiores economias mundiais), cuja cúpula ocorre hoje (5) e amanhã (6) em São Petersburgo (Rússia).
Na carta, Francisco apela para que Putin se esforce para evitar uma guerra na Síria e lembra que interesses têm se sobrepostos à paz. Segundo ele, é fundamental buscar uma solução negociada para o fim da crise na Síria.
“É preciso perseguir, com coragem e determinação, a busca por uma solução pacífica por meio do diálogo e da negociação entre as partes envolvidas, com o apoio unânime da comunidade internacional", disse o Papa, na carta. Francisco convocou, para sábado (7), um dia de orações pela paz na Síria.
Na próxima semana, o Senado dos Estados Unidos vota a resolução, apresentada pelo presidente norte-americano Barack Obama, de uma intervenção militar, por até 90 dias, na Síria. Os norte-americanos alegam que a ação é uma reação ao uso de armas químicas cuja responsabilidade é atribuída ao governo do presidente sírio, Bashar Al Assad.
"Os líderes dos países do G20 não podem permanecer inertes diante das tragédias que tem vivido por muito tempo a população da Síria”, ressaltou o Papa, lembrando o sofrimento sírio, com mais de dois anos de guerra na Síria, que matou cerca de 100 mil pessoas. “[Faço] um apelo urgente para ajudar a encontrar caminhos para superar os diferentes contrastes e abandonar toda a vã pretensão de uma solução militar."
Em São Petersburgo, estarão presentes os principais líderes mundiais. A presidente Dilma Rousseff também participa das discussões cujo foco principal é a adoção de mecanismos para estimular o crescimento econômico.
O Papa lembrou que, sem paz, não há desenvolvimento econômico no mundo. "A violência nunca traz a paz, condição necessária para esse desenvolvimento”, disse. "A economia mundial vai realmente crescer na medida em que todos tiverem oportunidade a uma vida digna, desde os idosos até as crianças ainda no ventre materno."