Por dia, cerca de 3 mil sírios cruzam a fronteira em direcção ao Líbano. Segundo a ONU, no final do ano um em cada quatro habitantes deste país deverá ser refugiado sírio.
A agência das Nações Unidas para os refugiados, ACNUR, já registou mais de 700 mil refugiados sírios em três centros no Líbano, um dos quais na capital, Beirute. Uma vez cadastrados, os refugiados podem receber auxílio para alimentação, escola e alojamento.
Segundo Roberta Russo, porta-voz do Acnur no Líbano, a possibilidade de uma intervenção militar na Síria poderá desencadear uma crise humanitária de proporções inimagináveis.
“Estamos a preparar-nos para um provável grande êxodo de refugiados em direção ao Líbano. Estamos a montar centros de recepção na fronteira para explicar aos refugiados qual a situação do país”.
Este alerta da ONU ocorre precisamente na mesma altura em que o Papa manifestou preocupação pela “tragédia humana” que está a acontecer na Síria.
Ontem, perante milhares de pessoas na Praça de São Pedro, o Papa Francisco referiu-se à “querida população síria, cuja tragédia humana apenas pode ser resolvida com o diálogo e a negociação, no respeito pela justiça e a dignidade de cada pessoa, especialmente dos mais pobres e indefesos”.
A questão Síria tem mobilizado a Igreja em todo o mundo, tendo o Papa convocado uma jornada mundial de oração e jejum pela Síria, a 7 de Setembro.
O conflito na Síria já causou mais de 100 mil mortos desde 2011 e cerca de dois milhões de refugiados.
(Departamento de Comunicação da Fundação AIS, publicado no dia 19 de setembro de 2013)