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Do outro, crente ou não, sempre aprendemos a nos aproximar de Deus

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Manuel Bru - publicado em 07/10/13
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Reflexão sobre os encontros inter-religiosos de oração em Assis: a fé não é intransigente, mas cresce na convivência que respeita o outroOs encontros inter-religiosos de oração em Assis, iniciados pelo Beato João Paulo II, são um ícone do novo olhar que a Igreja tem sobre si e sobre o mundo, desde a realização do Concílio Vaticano II, há 50 anos.
 
O que, para os cismáticos que abandonaram a Igreja pelo Concílio foi a prova máxima do desvio herético da catolicidade, para a Igreja e para o mundo significaram durante estas duas décadas o grande gesto protico de três grandes diálogos: o diálogo entre os povos na busca da paz, o diálogo entre as confissões e religiões para renovar sua experiência milenar de convivência e entendimento, e também o diálogo com o mundo dos que não abraçam nenhum credo religioso e se guiam, com boa vontade, por convicções diversas.
 
Se o argumento que levava os cismáticos, sob uma exasperada má interpretação, a condenar os encontros de Assis era que em tais encontros a Igreja, encabeçada pelo seu supremo pastor, se colocava no mesmo nível dos outros líderes religiosos, é precisamente este gesto que mostra a grande novidade do Concílio e do Pós-Concílio.
 
O Papa Francisco, primeiro papa com o nome do Pobrezinho de Assis a convocar o encontro, expressou sua perfeita comunhão com seu predecessor, que, na última encíclica, Lumen fidei, escrita por este e publicada por aquele, afirma:

 

"A não é intransigente, mas cresce na convivência que respeita o outro. O crente não é arrogante; pelo contrário, a verdade torna-o humilde, sabendo que, mais do que possuirmo-la nós, é ela que nos abraça e possui. Longe de nos endurecer, a segurança da põe-nos a caminho e torna possível o testemunho e o diálogo com todos" (34).

 
Ainda existem os que, dentro da Igreja, acreditam que o fundamento desta "humildade da " – o fato de que não possuímos a verdade, mas que seja ela quem nos possui – só tem consequências subjetivas para o diálogo, tanto com os que abraçam outro credo como com quem não abraça nenhum, reduzidas a um convite à prudência e à temperança.
 
Eles se resistem a reconhecer que esta humildade da em um componente objetivo, a saber, que do outro, crente ou não, sempre podemos aprender a nos aproximar mais de Deus e a entender melhor sua revelação, porque tanto Ele como esta superam todos nós, e todos nós deveríamos estar sempre em atitude de busca e de esperado acolhimento.

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