Aleteia logoAleteia logoAleteia
Sexta-feira 29 Março |
Aleteia logo
Religião
separateurCreated with Sketch.

O que diferencia a Igreja das ONG é a evangelização

L’evangelizzazione distingue la Chiesa dalle Ong – pt

© MASSIMILIANO MIGLIORATO/CPP

Chiara Santomiero - publicado em 07/10/13

Dom Fisichella recorda que os cristãos precisam reavivar o dom da fé contra a indiferença do mundo, e agradece o trabalho evangelizador da Aleteia

Mais de 100 delegações, provenientes de 50 países, e 1.600 participantes, entre bispos, padres, religiosos e muitos leigos: estes são os números do Congresso Internacional de Catequese realizado no Vaticano, na Sala Paulo VI, sobre o tema "Catequista, testemunha da fé".

A Aleteia conversou com Dom Rino Fisichella, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização e organizador do evento, que aproveitou a oportunidade para agradecer à nossa rede pelo trabalho que realizamos.

Na apresentação dos trabalhos do congresso, o senhor disse que a evangelização não é um "dever a mais" para a Igreja. O que isso quer dizer?

A evangelização é a missão própria da Igreja, sua natureza. Se não fosse assim, nós seríamos, como diz frequentemente o Papa Francisco, uma ONG mais ou menos organizada, capaz de fazer muitas obras de solidariedade, mas não a Igreja de Jesus Cristo.

Jesus quis sua Igreja para que todos os homens, todas as mulheres, sem conhecer limites, sem cansar-se, sem conhecer o final do dia, pudessem levar o seu Evangelho. Portanto, esta não é simplesmente uma das muitas iniciativas que temos, mas é a missão e a natureza próprias da Igreja. Eu diria, inclusive, drasticamente, mas de maneira honesta, que, se não houver evangelização, não haverá Igreja.

Qual é a relação entre a nova evangelização e a catequese?

Este é um tema que devemos estudar, ainda que já tenhamos diversos elementos. A nova evangelização abrange a exigência de dar a entender, primeiramente aos cristãos, o papel que estes têm neste momento histórico e, portanto, a necessidade de reavivar sua fé: devemos ser capazes de falar e de anunciar Jesus Cristo, com o nosso testemunho de vida, a todos os que estão em países de antiga tradição cristã, mas que vivem na indiferença, que já não conhecem os conteúdos fundamentais da fé, como se Jesus não tivesse influência, nem sequer a fé, a exigência de crer.

A catequese precisa se inserir neste contexto e neste processo que a Igreja vê diante de si para as próximas décadas.

O que une as diversas expressões da Igreja aqui presentes: as que talvez estejam um pouco cansadas, dos países de antiga cristandade, às que vivem em situações de minoria em outros contextos culturais?

Antes de tudo, o que nos une é o fato de sermos cristãos, batizados, desejosos de comunicar a alegria da nossa fé, inclusive quando a vivemos em contextos culturais diferentes. As dificuldades de um país podem ser sustentadas por outro, a riqueza de um é compartilhada com outro.

Eu acho que esta é a forma mais importante que devemos assumir: na catequese, temos uma riqueza de experiências. Existe uma catequese que não está limitada somente ao momento da recepção dos sacramentos da Comunhão e da Confirmação, mas que está presente também em outras iniciativas no mundo.

Penso, por exemplo, no Chile e em sua capacidade de ter uma penetração muito forte com relação à catequese familiar. Em outros países, temos a experiência do catecumenato, que se dirige sobretudo aos adultos, para oferecer-lhes novamente o anúncio da fé. Temos também a possibilidade de catequeses chamadas "permanentes". Com este leque de experiências, acho que a riqueza de uns e o desejo de outros podem nos levar a encontrar uma possibilidade de compromisso que não é secundário.

O Ano da Fé também parte do 20º aniversário da publicação do Catecismo da Igreja Católica. Que balanço se poderia fazer sobre este período?

O Catecismo já é um fato permanente na Igreja: foi traduzido a mais de 57 idiomas – o último deles foi o urdu, cuja tradução está terminando. Daqui a poucos dias, teremos a possibilidade, começando pela Itália, de ter um aplicativo com o Catecismo da Igreja Católica e seu compêndio no smartphone, no tablet. Isso, para nós, é uma etapa importante, porque nos permite usar os instrumentos e as novas linguagens para chegar a um público cada vez mais amplo.

Uma pergunta que se relaciona à Aleteia: os novos meios de comunicação ajudam na evangelização?

A Aleteia foi fundada para ajudar na nova evangelização. Além do nosso agradecimento, eu gostaria de expressar a esperança de que ela continue crescendo, para que possa ser um catalisador para outros que compartilham o mesmo objetivo e, portanto, que possam trabalhar juntos; assim, por meio destas novas mídias e de uma nova cultura à nossa disposição, a Palavra de Deus, como dizia São Paulo, pode retomar seu caminho, correr e não parar enquanto não chegar a todos os homens e mulheres que têm o desejo de conhecer Jesus Cristo.

Tags:
CatecismoevangelizacaoIgreja
Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia