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Cristãos no Egito: “Nunca sabemos onde nos atacarão”

Rafic Greiche – pt

© Hartmut Schwarzbach / missio

Fundação AIS - publicado em 08/10/13

Declarações impactantes do responsável de comunicação da Igreja Católica no país

A situação da segurança dos cristãos no Egito registrou certa melhoria nos últimos tempos; porém, o responsável de comunicação da Igreja Católica no país, Pe. Rafik Greiche, continua preocupado.

Frente à fundação católica internacional Ajuda à Igreja que Sofre, ele declarou na semana passada: "No Cairo, a situação se tranquilizou um pouco, mas continuamos dominados pelo medo do que possa ocorrer a qualquer momento. A Irmandade Muçulmana e outros extremistas continuam ameaçando atacar igrejas e casas cristãs. Vivemos na incerteza sobre onde atacarão novamente".

O último exemplo da precária situação dos cristãos egípcios após a destituição de Mursi, em 3 de julho, foi a tentativa de assassinato de um bispo copta na última segunda-feira.. O Pe. Rafik explica: "Dom Makarios, bispo copta-ortodoxo de Minya, estava a caminho do povoado de Saru para visitar uma família em luto. Nessa localidade, há uma igreja fechada há cerca de 10 anos, e – não se sabe como – estendeu-se o boato de que o bispo estava indo ao local para reabri-la."

"Como consequência, alguns jihadistas atiraram no carro do bispo. Felizmente, ele se salvou, mas o tiroteio durou mais de uma hora", completou. Os habitantes do povoado reconheceram que os atiradores, que não usavam máscaras, eram jihadistas.

O Pe. Rafik destacou que a província de Minya, situada no Alto Egito e vizinha da província de Suhag, é uma fortaleza de muçulmanos radicais, que contam com o apoio das famílias do lugar. Além disso, explicou que eles escapam facilmente das forças de segurança, retirando-se ao deserto próximo.

No domingo passado, um dia antes do atentado ao bispo, na localidade de Ezbet Zakariya (também na província de Minya), alguns cristãos foram atacados: os jihadistas atearam fogo nas casas dos cristãos para saqueá-las, e várias famílias cristãs fugiram do lugar.

Perguntado sobre se as autoridades egípcias fazem todo o possível para proteger os cristãos dos atos de violência de islamitas radicais, o Pe. Rafik respondeu: "As forças de segurança fazem o que podem, mas não é suficiente. Infelizmente, estão ocupadas com muitos outros problemas".

"Não é que não queiram nos proteger: é que, muitas vezes, não podem fazer mais nada, devido à limitação dos seus recursos", acrescentou. Comentou também que a Igreja tenta, na medida do possível, adotar medidas de proteção. Assim, por exemplo, foram comprados muitos extintores para lutar contra os incêndios.

Como dado significativo, o Pe. Rafik acrescentou que são registrados regularmente casos em que os muçulmanos da vizinhança repelem os ataques da Irmandade Muçulmana às igrejas.

"Eu mesmo presenciei como as pessoas lutam contra os atacantes até que a polícia chegue. Isso demonstra que a Irmandade Muçulmana nem sempre conta com o apoio da população. As pessoas a rejeitam", concluiu.

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