A resposta de Jesus a Pedro é clara: perdoar sempre, porque Deus está pronto a perdoar sempre. Para ser mais claro ainda, para que Pedro e os discípulos entendessem bem a necessidade do perdão, Jesus contou aquela parábola do empregado a quem o patrão tinha perdoado uma dívida de “dez mil talentos” de ouro (cada talento eqüivalia a 36 quilos!). Uma dívida impagável! E, no entanto, aquele empregado, cuja dívida impagável fora perdoada, não perdoou a um devedor que lhe devia apenas cem denários (salário de cem dias de um trabalhador simples). Então, o patrão entregou aquele “servo mau” aos algozes até que pagasse toda a dívida. E, concluindo a parábola, Jesus adverte:
“Assim vos tratará meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão, de todo seu coração” (Mt 18, 35).
Precisamos perdoar ao irmão de todo o coração – é a exigência de Jesus. Deixemos a justiça e a vingança para Deus; Ele fará cumprir toda a justiça. Não podemos querer executá-la com as nossas próprias mãos; elas também ficariam sujas de sangue.
Ensinando sobre isso aos cristãos de Roma, São Paulo disse-lhes:
“Abençoai os que vos perseguem; abençoai-os e não os praguejeis (…). Não pagueis a ninguém o mal com o mal (…) Não vos vingueis uns aos outros, caríssimos, mas deixai agir a ira de Deus, porque está escrito: ‘A mim a vingança; a mim exercer a justiça, diz o Senhor ” (Rm 12,14.17a.19).
(Publicado em Cléofas, no dia 9 de outubro de 2013)