Um hábito sem riscos para a saúde e uma alternativa aos métodos anticoncepcionais, que tem alto índice de eficácia e respeita o corpo da mulher
O planejamento natural da família (PNF) compreende uma série de métodos para adiar uma gravidez ou para consegui-la, baseando-se, por um lado, na observação da fertilidade da mulher e, por outro, na educação da atividade sexual do casal. É uma ajuda para viver a paternidade de maneira responsável, tanto para conceber quanto para espaçar ou limitar os nascimentos dos filhos.
Como funciona o PNF?
Há várias maneiras de fazer um planejamento familiar com métodos naturais: o sintotérmico, o método da ovulação, o método do ritmo ou todos combinados. O que os assemelha é que todos partem de fatos cientificamente constatáveis:
– Que o homem é fértil todos os dias da vida, enquanto a mulher só o é em alguns dias do mês.
– Que a fertilidade da mulher tem sinais que o casal pode aprender a reconhecer, para que, abstendo-se de relações sexuais em tais dias, possa evitar uma gravidez – ou, pelo contrário, planejar responsavelmente a gestação de uma nova vida.
Como se aprende o PNF moderno?
Os cursos, livros e oficinas que informam e ensinam sobre o PNF são orientados ao casal, para que, juntos, marido e mulher aprendam a reconhecer os sinais fisiológicos da fertilidade feminina (aumento do fluxo e viscosidade da mucosa vaginal, aumento da temperatura basal da mulher, pequenas pontadas no abdômen etc.) e possam regular sua atividade sexual de acordo com tais sinais, que a própria natureza oferece.
Esta aprendizagem é muito simples e sua prática exige apenas dois minutos diários, o que acaba se tornando uma rotina, como um hábito a mais da higiene pessoal.
De qualquer maneira, só pessoas capacitadas e autorizadas pela Igreja podem oferecer estes cursos, bem como aquelas designadas pelos diversos departamentos para a família, em muitas dioceses do mundo. No Brasil, um dos centros de capacitação mais conhecidos é o CENPLAFAM.
Quais são as vantagens do PNF?
O PNF não oferece nenhum risco para a saúde das pessoas e é altamente eficaz, quando aplicado com verdadeira motivação e consistência, por parte do casal. Ele não requer o uso de medicamentos, aparelhos ou cirurgias.
Quanto à vida do casal, seus benefícios são enormes. A esposa se preserva de químicos e permanece com seu ciclo natural. O esposo compartilha o planejamento e a responsabilidade. Ambos aprendem um grau mais elevado de autodomínio e um respeito mútuo mais profundo, que gera mais intimidade no casal. Finalmente, marido e mulher se tornam mais conscientes da sua extraordinária e generosa contribuição e responsabilidade como cocriadores com Deus.
É verdade que o PNF envolve sacrifícios e a abstinência sexual periódica, o que pode, às vezes, ser um caminho difícil – como qualquer vida cristã é, seja ela sacerdotal, consagrada, solteira ou casada.
O que é a paternidade responsável?
A Igreja Católica nos ensina que o dom da fertilidade é uma bênção para o casal, mas também uma grave responsabilidade, porque implica em acolher com amor, criar com responsabilidade e educar os filhos.
Por isso, a Igreja, no documento Humanae Vitae (n. 8), nos recorda que "o exercício responsável da paternidade implica que os cônjuges reconheçam plenamente os próprios deveres, para com Deus, para consigo próprios, para com a família e para com a sociedade, numa justa hierarquia de valores".
Por que a Igreja Católica não aceita a anticoncepção?
Os anticoncepcionais separam o ato conjugal, de forma arbitrária e até negativa, da sua abertura natural à vida, destruindo ou obstaculizando a fertilidade e, com ela, o poder criador de Deus.
Os métodos naturais, no entanto, não interferem deliberadamente na abertura à vida, mas ajustam a união conjugal ao ritmo da fertilidade, levando o casal a evitar as relações sexuais quando desejem espaçar os nascimentos dos filhos ou, planejando-se, quando decidem acolher responsavelmente o dom de uma nova vida.
Por "anticoncepcionais" se compreende o aborto e todo tipo de método que destrua a capacidade procriadora do ato conjugal. Isso inclui todo uso antinatural do ato conjugal e a utilização de qualquer anticoncepcional, seja de barreira (como preservativos), químico (pílulas anticoncepcionais, injeções, implantes etc.) ou mecânico (como os dispositivos intrauterinos). Os métodos químicos e mecânicos podem ser abortivos e isso torna seu uso mais grave ainda.