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Os cristãos ocidentais estão pouco informados sobre o Oriente Médio

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Fundação AIS - publicado em 24/10/13
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Um dos problemas é que a mídia não transmite uma imagem fidedigna do que realmente está acontecendo na regiãoDom Elias Sleiman, bispo maronita de Laodiceia, cidade da costa mediterrânea da Síria, reconhece que a Igreja do Ocidente está "pouco informada em muitos aspectos, apesar das boas intenções", em uma entrevista concedida à fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
 
O prelado se centrou no déficit informativo sobre os processos que ocorrem na região do Oriente Médio, o que, a seu ver, corre o risco de pesar negativamente nos movimentos da comunidade internacional, especialmente no que diz respeito ao conflito sírio.
 
"O problema de muitos meios de comunicação – explicou o bispo – é que realmente não refletem uma imagem fiel da situação. A primavera árabe foi retratada como um impulso decisivo rumo à liberdade e à democracia, mas os resultados efetivos na Líbia, Egito e Iêmen, por exemplo, demonstraram o contrário."
 
A região de Laodiceia, no norte da Síria, esteve a salvo do conflito até agora. No território, os cristãos continuam coexistindo pacificamente com os alauítas, muçulmanos xiitas. Segundo Dom Sleiman, a única maneira de sair do conflito é aumentar a pressão internacional, para chegar a "um diálogo entre o regime e os elementos moderados da oposição".
 
Os principais intervenientes internacionais têm de convencer as partes "a sentar-se à mesa das negociações", considerando que "o grande desafio é o fanatismo religioso" e que agora "os rebeldes moderados e os islamitas começaram a lutar uns contra outros".
 
Sobre a contínua fuga dos cristãos do Oriente Médio, Dom Sleiman afirmou que "não podemos permitir que esta terra fique sem cristãos, já que a presença cristã ajuda os muçulmanos a serem moderados".
 
O bispo de Laodiceia reconhece que "precisamos da solidariedade dos povos e governos do Ocidente para garantir a contínua presença dos cristãos", mas, ao mesmo tempo, não é partidário de que os cristãos vivam somente da ajuda exterior.
 
"Precisamos encontrar formas de evitar que se tornem refugiados. A Igreja local está tentando desempenhar um papel crucial, neste sentido", concluiu Dom Sleiman.