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Como poderei estar feliz no céu se um amigo meu está no inferno?

Medusa

Scube

Patricia Navas - publicado em 29/10/20

Entenda por que a felicidade do céu é totalmente plena: a comunhão com Deus não deixa espaço para nenhum tipo de limitação

A felicidade do céu é totalmente plena. Nenhuma preocupação, nenhuma dor, nem a mais mínima tristeza: nada pode limitar a suprema e definitiva alegria da comunhão de vida e amor com Deus.

O Catecismo da Igreja Católica explica que cada pessoa, depois de morrer, recebe sua retribuição eterna, seja através de uma purificação, seja para entrar imediatamente na bem-aventurança do céu, ou para condenar-se imediatamente para sempre.

Com relação ao céu, o Catecismo o considera como o fim último e a realização das aspirações mais profundas do ser humano, o estado supremo e definitivo de felicidade, e destaca que viver no céu é estar com Cristo.

São Tomás de Aquino, na Suma Teológica, fala da felicidade de quem ama e exemplifica que o essencial do céu é a visão e a possessão de Deus: lá, Ele brilhará e alegrará pela sua misericórdia e pela sua justiça.

Quanto ao inferno, o Catecismo explica que a principal pena consiste na separação eterna de Deus, em quem o ser humano pode ter vida e felicidade.

Bento XVI, em seu livro "Introdução ao cristianismo", faz referência à "solidão onde a
palavra do amor não tem mais guarida"; e fala do inferno como "fechar-se voluntariamente em si mesmo", não um lugar, mas "uma dimensão da natureza, o abismo no qual se precipita".

"A essência daquilo que chamamos 'céu' está na exclusiva possibilidade de se receber, assim
como alguém só é capaz de se dar o inferno", escreveu o hoje Papa emérito. "Por esta razão, céu sempre será mais do que um destino individual; está em nexo com o 'último Adão', com o homem definitivo e, portanto, em nexo com o destino comum do homem."

"A esperança de imortalidade do indivíduo e a possibilidade de eternidade para toda a humanidade coincidem e se realizam em Cristo", resume.

Alguns anos depois, no primeiro volume de "Jesus de Nazaré", Bento XVI aprofunda nesta esperança e afirma que a glória de ressurreição confere uma alegria, uma "beatitude" maiores que toda felicidade que se possa ter experimentado antes, neste mundo.

A pessoa "só agora sabe o que é realmente a 'felicidade', a autêntica 'bem-aventurança' e, ao mesmo tempo, percebe quão mísero era o que, segundo os critérios habituais, se considerava como satisfação e felicidade", continua.

E conclui: "Suas lágrimas se secarão completamente; e o consolo será total somente quando também o sofrimento incompreendido do passado receber a luz de Deus e adquirir, pela sua bondade, um significado de reconciliação".

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