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Cientista, mestre de Yoga, ocultista, até que se sentiu amado por Deus

Meditazione trascendentale – pt

© SHUTTERSTOCK

Fr. Thiago Pereira, SCJ - Reparatoris - publicado em 11/11/13

Desde que voltou da Índia pensava em ser padre. Depois de dez anos de preparação, foi ordenado sacerdote em 1983. Hoje é Prior de um mosteiro na França

Ao contrário do que muitos pensam, o Yoga não é um mero conjunto de exercícios de condicionamento físico e psíquico, envolve um verdadeiro estilo de vida. Sobre isso adverte um ex-professor de Yoga, o belga Joseph-Marie Verlinde, que hoje é sacerdote e Prior de um mosteiro na França. O monge dá seu testemunho numa entrevista ao “Net For God Production” e também o relata em seu livro “A Experiência Proibida”.

Revolução cultural de 68: porta para a meditação transcendental

Verlinde dedicou grande parte de seu tempo e estudos às ciências. Com apenas vinte anos de idade já era cientista no Fundo Nacional de Investigação Científica da Bélgica e, neste ano (1968), ocorreu a grande Revolução Cultural marxista. “Eu era investigador de Química Nuclear e os meios científicos e de investigação encontravam-se em plena efervescência. Nesse momento, deixei-me levar por essa onda. Foquei-me nas propostas do Oriente que invadiam o horizonte da cultura ocidental”, afirmou o cientista.

Sua formação cristã e criticidade científica não impediram que ele fosse carregado pela onda cultural. Decidiu, então, praticar a Meditação Transcendental, a fim de alcançar a autorrealização e uma maior consciência da realidade. Com isso, afirma Verlinde, “cheguei a encontrar-me tão ensimesmado como se estivesse fora da realidade e incapaz de assumir meu trabalho no laboratório onde trabalhava”.

Decidiu ser um mestre no Yoga

Joseph Verlinde deu início aos exercícios de Yoga com o renomado Maharishi Mahesh Yogi. E, depois de um tempo, mudou-se para uma comunidade espiritual (Ashram) na Índia, a fim de tornar-se um mestre de Yoga.

Durante o período de formação na prática Transcendental, “disse ao guru, numa viagem para a Alemanha, que os europeus estavam fazendo Yoga para relaxar, ele teve um ataque de risos. Logo, pensou por um momento e disse: ‘isto não evitará que o Yoga faça seu efeito’”, testemunhou Verlinde, que acabou por questionar-se.

Em seu livro, Joseph-Marie distingue o cristianismo, dizendo: “a elevação da qual se fala é uma saída de si para ir a Deus e aos demais, numa entrega caritativa a eles”, ao passo que a elevação do Yoga é “uma imersão em si mesmo para desfrutar de maneira narcisista do próprio ato de ser, em êxtase solitário”.

Através de um médico cristão, sente-se amado por Deus

Depois de algum tempo praticando os exercícios não é para menos que seu corpo e o de seu mestre estivessem maltratados. Tiveram que chamar um médico, obviamente, naturalista. E eis que a Providência lhes enviou um cristão. “Começamos a conversar e ele me perguntou: ‘você é cristão? É batizado?’, disse-lhe: ‘claro!’. Devolveu-me a pergunta: ‘quem é Jesus pra você?’. É difícil de expressar, mas percebi que Jesus me dizia ‘Meu filho… quanto tempo me farás esperar?’”. Joseph-Marie sentiu-se, neste momento, amado por Deus. E, pouco tempo depois, abandonou o Ashram e as práticas do guru.

Verlinde pegou o primeiro voo para a Bélgica e aterrissou em Bruxelas. Mas, confuso, ingressou num grupo que se dizia cristão, entretanto, cria na energia e reencarnação. Agora, pertencia a um grupo esotérico.

Passou algum tempo e “vi-me em práticas ocultistas, no âmbito do que se chamaria hoje ‘Terapias Energéticas’”, testemunhou Joseph-Marie. Na realidade, não havia cura, apenas uma dissipação dos sintomas.

A libertação que mudaria para sempre sua vida

Verlinde afirma: “ainda assim, comecei a participar da Eucaristia, ainda que não tenha me atrevido a confiar nos representantes da Igreja, e prolongava meus tempos de oração com o Santo Rosário”.

Quando as práticas religiosas começaram a ser constantes, ele começou a escutar vozes estranhas. O seu grupo esotérico “que chamávamos ‘coletividade magnética’”, lhe disse que se tratava de “anjos curandeiros”.

Fez uma viagem para a França e os “anjos curandeiros” foram com ele. Ao participar de uma missa em Paris, no momento do “‘por Cristo, com Cristo e em Cristo’, escutei estes seres blasfemando vergonhosamente contra Cristo. Fiquei petrificado. Nesse instante compreendi que havia sido enganado, abusado. Ao final da celebração, busquei o sacerdote e contei minha história. E respondeu-me: ‘isso não me assusta. Sou o exorcista da diocese’. Depois deste primeiro encontro de libertação – e este detalhe é muito importante – ia todos os dias à missa e não acontecia nada, os espíritos ou entidades se escondiam. Sabiam que era melhor ficar quietos. Mas a autoridade que tinha o sacerdote obrigou-os a rebelar-se… para fazer a grande limpeza. Pude ser, finalmente, libertado com orações intensas”, confidenciou.

Desde que voltou da Índia pensava em ser padre. E depois de encontrar a liberdade de filho de Deus, decidiu ingressar na Comunidade Monástica de São José. Depois de dez anos de preparação, foi ordenado sacerdote em 1983. Hoje é Prior de um mosteiro na França.

(Reparatoris)

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