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A pílula do dia seguinte realmente pode ser abortiva?

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Aleteia Vaticano - publicado em 18/11/13

Quando não impede a ovulação e há fecundação, este fármaco pode provocar a eliminação do embrião, ou seja, o aborto

A pílula do dia seguinte age impedindo a ovulação, se a mulher a tomar várias horas antes da ovulação, mas também tem efeitos posteriores à fecundação (sobre o transporte tubário ou a nidação do embrião) que podem eliminar o embrião, ou seja, provocar um aborto.

Tomar a pílula do dia seguinte depois de uma relação sexual reduz a probabilidade de gravidez em pelo menos 65%, segundo um relatório do pesquisador especialista em farmácia hospitalar Emilio Jesús Alegre del Rey, apresentado em março, em Paris, no Congresso Europeu de Farmácia Hospitalar.

O relatório revisa sistematicamente a evidência experimental dos efeitos da pílula do dia seguinte sobre o transporte tubário e a nidação do embrião, por meio de estudos em mulheres, que analisam efeitos endócrinos ou endometriais relacionados à nidação, e também efeitos sobre a funcionalidade tubária, referentes ao levonorgestrel 0,75-1,5 mg.

Segundo o estudo, a priori, os possíveis mecanismos de ação da pílula do dia seguinte são:

– Inibição da ovulação: obviamente, isso só ocorre se a pílula for tomada antes da ovulação, ou seja, antes do "dia 0".

– Inibição da função espermática, direta (inibindo a funcionalidade ou ativação dos espermatozoides) ou indireta (inibindo as mudanças no muco cervical, que favoreceriam seu acesso ao óvulo). Estas possibilidades poderiam ocorrer até o dia 0, inclusive.

– Inibição da nidação, direta (alteração do endométrio) ou indireta (alteração do transporte pelas tubas uterinas; alteração da comunicação bioquímica entre o embrião e o organismo materno durante seu transporte pelas tubas). Esta alteração poderia ocorrer teoricamente em qualquer momento, entre o dia -5 (primeiro dia fértil) e o dia +6 (dia da nidação).

– Eliminação de um embrião já nidado.

O estudo explica que o efeito anovulatório já não funciona um dia antes da ovulação; inclusive nos dias anteriores (-2 a -4), ainda que quase sempre se consiga interromper a ovulação, nem sempre é assim. E, quando se consegue, ocorrem outras alterações que poderiam impedir a nidação. Isso sem contar o fato de que não é muito realista na prática clínica conseguir discernir exatamente se faltam 1 ou 2 dias para a ovulação.

Em um artigo publicado no Fórum Libertas, "este estudo deveria modificar a última avaliação da Federação Internacional de Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), que negava o efeito abortivo da pílula do dia seguinte baseando-se em animais, cujo ciclo não tem nada a ver com o da mulher, e do trabalho do grupo Noe, que analisava 35 mulheres que tomaram a pílula do dia seguinte em fase pós-ovulatória, sem realizar análise estatística".

Outro fato comprovado é que dispor da pílula do dia seguinte, inclusive vendê-la sem receita médica, não reduz o número de gravidezes indesejadas. Alguns autores consideram que isso acontece devido ao fato de que ter um "plano B" pode induzir a aceitar maiores riscos no comportamento sexual, sobretudo nos jovens.

Portanto, conclui o artigo do Fórum Libertas, estamos produzindo abortos precoces, expondo milhares de mulheres a efeitos colaterais e gastando recursos para nada, exceto para o lucro de algumas empresas da indústria farmacêutica.

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