Aleteia logoAleteia logoAleteia
Segunda-feira 11 Dezembro |
Bem-aventurado Jerônimo Ranuzzi
Aleteia logo
Atualidade
separateurCreated with Sketch.

Eu, rede social

internet y felicidad – pt

© Gonzalo Aragon

Geraldo Trindade - Pensar Paralelo - publicado em 25/11/13

O imediatismo do contato pela rede não ultrapassa a grandeza de cada dia reconhecer no outro suas riquezas, tesouros e dons, de forma pessoal

Nas últimas semanas, duas notícias tornaram-se alarmantes, pois trouxeram à tona a realidade existencial de milhões de adolescentes e jovens. Uma jovem se suicida no Piauí quando tem um vídeo privado divulgado e difundido entre celulares; o outro fato é o suicídio de uma jovem mexicana. O que há em comum é que ambas jovens anunciaram suas mortes em redes sociais, onde receberam centenas de curtidas e comentários.

A pergunta é: por que tal ação? O que leva jovens ao suicídio?

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio juvenil é a terceira causa de morte entre pessoas de 15 a 44 anos e o suicídio anunciado por meio das redes sociais tem crescido em muitos países.

Hoje o dia-a-dia das pessoas exige uma velocidade muito maior do que há anos atrás. Os relacionamentos presenciais foram sendo substituídos pelos virtuais, desencadeando um afastamento do mundo real. A era da informação e da tecnologia está lançada! O íntimo, que não era para ser exposto, mas sim preservado, pois é uma instância de segredo, de ser “dono de si mesmo”, está sendo substituído por uma compulsão pela exposição de si nas revistas e nas redes sociais. Na maioria das vezes essa hiperexposição é o sintoma da angústia do vazio.

É indiscutível o papel desempenhado pelas redes sociais no âmbito da vida privada, social, política, comunicacional e profissional. Elas favorecem a interação entre as pessoas. Dão visibilidade, facilitam a comunicação, o reencontro, eliminam as extensões territoriais; além de ter um poder ainda incalculável de convocação e mobilização. As mudanças provocadas pelas redes sociais não são para o futuro, pois elas são presente e intervêm significativamente no comportamento das pessoas. A inclusão e a participação nas redes sociais dá a sensação de ter muitos amigos, de estar antenado e conectado aos acontecimentos com uma participação efetiva e eficiente. Tudo isso é uma verdade em termos, pois essas conexões e realidades são raseiras e instáveis, os relacionamentos superficiais e temporários e os vínculos momentâneos.

Na “vida” das redes sociais a busca de novidades é o interesse geral. Os comentários que importam são os seus, enquanto que os dos outros servem para que se possa expressar a opinião individual. A imagem que os outros têm é essencial e a aceitação também. Daí a exposição com fotos, informações de viagens, atividades, emoções e sentimentos. É a sensação de ser querido e bem aceito pelas curtidas e comentários na foto escolhida a dedo dentre as infinidades de álbuns. Há uma disputa de quem aparenta levar uma vida mais bacana, mais interessante e mais feliz. Quando se posta uma foto, a pessoa revela um fragmento daquilo que se deseja que os outros definam e aceitem.

Cada um busca ser mais brilhante, interessante e atraente do que o outro. Nesta empreitada muitos são os seguidores e “amigos”, mas os usuários mais sensatos sabem que são poucos aqueles com os quais se podem contar. O resultado de tudo isso é frustração, solidão e incapacidade de lidar com seus próprios sentimentos.

O nível de suicídio entre os jovens revela que não se está preparado para lidar com as frustrações em meio ao narcisismo da cultura e da mentalidade de que somos sempre o centro do universo e da realidade. A pobreza da vida interior presente no coração das pessoas não encontrará a solução por meio da tecnologia e da posse de bens materiais.

A solidão no século 21 bate à porta de inúmeras pessoas cercadas de “amigos” virtuais. Ao mesmo tempo que os comentários em um post estimulam, são eles também capazes de levar a pessoa à frustração e à necessidade de exposição sem limites, a fim de encontrar nos milhares de usuários virtuais a aceitação que nem a própria pessoa tem dela. Gera-se a angústia, a ansiedade, as frustrações, invejas, raivas, alegrias e curiosidades pelos feedbacks.

Neste emaranhado de relações nas redes sociais deve-se ir além das superficialidades que elas podem oferecer. As relações virtuais e superficiais não podem ser capazes de substituir as reais. O imediatismo do contato pela rede não ultrapassa a grandeza de cada dia reconhecer no outro suas riquezas, tesouros e dons, de forma pessoal. O verdadeiro tesouro dos relacionamentos não está na quantidade, mas o quanto fundo se vai, lançando mutuamente na relação o seu eu na verdadeira recíproca do descobrir e desvelar no rosto do outro um amigo e uma amiga.

Tags:
InternetRedes sociaisSuicídiotecnologia
Apoiar a Aleteia

Se você está lendo este artigo, é exatamente graças a sua generosidade e a de muitas outras pessoas como você, que tornam possível o projeto de evangelização da Aleteia. Aqui estão alguns números:

  • 20 milhões de usuários no mundo leem a Aleteia.org todos os meses.
  • Aleteia é publicada diariamente em sete idiomas: inglês, francês,  italiano, espanhol, português, polonês e esloveno
  • Todo mês, nossos leitores acessam mais de 50 milhões de páginas na Aleteia.
  • 4 milhões de pessoas seguem a Aleteia nas redes sociais.
  • A cada mês, nós publicamos 2.450 artigos e cerca de 40 vídeos.
  • Todo esse trabalho é realizado por 60 pessoas que trabalham em tempo integral, além de aproximadamente 400 outros colaboradores (articulistas, jornalistas, tradutores, fotógrafos…).

Como você pode imaginar, por trás desses números há um grande esforço. Precisamos do seu apoio para que possamos continuar oferecendo este serviço de evangelização a todos, independentemente de onde eles moram ou do quanto possam pagar.

Apoie Aleteia a partir de apenas $ 1 - leva apenas um minuto. Obrigado!

PT300x250.gif
Oração do dia
Festividade do dia





Envie suas intenções de oração à nossa rede de mosteiros


Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia