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Índia: líderes religiosos são agredidos durante manifestação

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Fr. Thiago Pereira, SCJ - Reparatoris - publicado em 16/12/13
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Foram agredidos com varas e, depois, contra os sacerdotes que se ajoelharam no meio da rua, esguicharam canhões de águaNa quarta-feira passada (11), a Índia, considerada a maior democracia do mundo, foi cenário de atos contrários à liberdade religiosa. Policiais da capital, Nova Déli, agrediram e arremessaram jatos de água contra manifestantes das minorias étnicas e religiosas que, pacificamente, lutavam pelos direitos dos dalit (trabalhadores braçais, denominados também como “intocáveis” ou “impuros”).

A manifestação contava com a presença de trezentos líderes religiosos, dentre eles, bispos, padres e freiras católicas, bispos protestantes, pastores evangélicos e o clero muçulmano.

A Índia, por herança hinduísta, adotou durante séculos o sistema de castas, no qual cada cidadão deve resignar-se com a condição social, política e econômica a que pertencia. Dentro deste sistema, os chamados dalit são discriminados por sua condição de “trabalhador braçal”. Além disso, a atual legislação indiana favorece, nas dimensões social, econômica e educativa, apenas os dalit hinduístas.

Segundo a agência de notícias AsiaNews, ao chegarem à área de Nova Déli conhecida como Jantar Mantar, os manifestantes se dirigiram pacificamente ao Parlamento da Índia, a fim de pedir a revogação do Decreto Presidencial de 1950, que ampara legalmente a discriminação contra cristãos e muçulmanos.

Quando os manifestantes se aproximaram do Parlamento, foram surpreendidos por policiais que, num primeiro momento, os agrediram com varas e depois, contra sacerdotes que se ajoelharam no meio da rua, esguicharam canhões de água.

Após a agressão, prenderam os líderes da manifestação, o arcebispo de Nova Déli, Anil Couto, os bispos protestantes Alwan Masih e Roger Gaikwad, o líder evangélico Vijayesh Lal e o líder católico John Dayal (Secretário Geral do “All India Christian Council”).

A polícia de Déli, mesmo diante de todas as fotos divulgadas, afirmou não ter atuado com violência e que deteve apenas alguns manifestantes, pois eles “bloqueavam parte da Ashoka Road, levando o tráfico a uma situação caótica”.

Em nota, o arcebispo de Mumbai, Oswald Gracias, afirmou que “o uso da violência é uma vergonha para a Índia. Uma sociedade nunca poderá desenvolver-se quando parte dela é objeto de discriminação por sua religião”.

(Reparatoris)

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