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A que Deus oramos? Que palavras usamos?

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Rafael Luciani - publicado em 10/01/14
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Antes de ser puros ou impuros, santos ou pecadores, crentes ou ateus, fiéis ou traidores, nós somos filhos de DeusA verdadeira oração é aquela na qual podemos dizer que Deus é Pai de todos, porque somos seus filhos, antes de ser puros ou impuros, santos ou pecadores, crentes ou ateus, fiéis ou traidores.
 
Mostrar que Deus é Pai significou para Jesus ter de aprender a falar e a medir suas palavras com um coração de filho, que aceitava os outros como irmãos. Por isso, Ele nunca dirigiu palavras de ódio ou vingança contra quem o atacava. Jesus criticou toda forma de orar que não expressasse a noção de um Deus Pai que deseja o bem de todos os seus filhos.
 
É por isso que Ele rejeitou a oração hipócrita, feita para ser vistos em público; ensinou que orar é confiar em Deus, sem a arrogância de quem julga mais perto de Deus que os outros; e não reconheceu a oração de quem se achava justo e piedoso, ou de quem apenas cumpria com a visita assídua ao templo.
 
Para Jesus, as palavras que usamos para falar com Deus (e com os outros) devem nascer da compaixão, que não exige nada em troca nem julga. Só quem vive compassivamente pode orar pelo inimigo e buscar a reconciliação com o irmão. É por isso que nem todo aquele que diz “Senhor, Senhor”, entrará no Reino dos céus.
 
As palavras que Jesus usou e com as quais orou expressaram sua confiança absoluta só em Deus: “Abba, Pai, tudo é possível para ti” (Mc 14, 36). Reconhecia quando algo o agradava: “Sim, Pai, assim foi do teu beneplácito” (Mt 11, 26). Inclusive gritou quando sentiu o peso do esgotamento: “Afasta de mim este cálice” (Lc 22, 41-42).
 
Jesus sempre encontrava na oração um alívio, e nunca sentia ódio ou ressentimento, pois sempre acreditou que a última palavra seria de Deus: “Pai, em tuas mãos encomendo o meu espírito” (Lc 23, 46).
 
As palavras que usamos para falar e orar revelam a imagem que temos de Deus.
 
Elas mostram a maneira sincera – ou não – como vivemos. Por exemplo, Jesus pedia que algum dia os pobres comam até saciar-se, mas, para isso, não orou com qualquer palavra nem agiu de qualquer maneira. Nunca acreditou em um Deus forte e vingativo, nem em ações excludentes e autoritárias. E não insultou nem excluiu ninguém, ou idealizou pessoa alguma.
 
Ele sempre foi agradecido com Deus, a quem considerava perfeito pela sua imensa bondade e compaixão para com todos: bons, maus, jutos, pecadores, amigos, inimigos, porque só assim poderia amar sem preconceitos e ir além de toda condição moral ou política.
 
Você já se perguntou se acredita em Deus como o Pai compassivo e bondoso a quem Jesus orava? Ou você adora concepções deformadas por uma religiosidade duvidosa e pelo discurso político que ouve?
 
Que palavras você usa para falar com Ele?