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As 3 mensagens de Francisco com a criação dos novos cardeais

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©ALESSIA GIULIANI/CPP

Jesús Colina - publicado em 16/01/14

A Igreja não é a velha Europa, na Igreja não há condecorações e o sínodo dos bispos é algo sério

O anúncio dos nomes dos primeiros cardeais eleitos pelo Papa Francisco gerou expectativa, pois mostra sua visão para a Igreja, particularmente neste momento de reforma da cúria romana.

A lista dos 19 futuros purpurados, procedentes de 12 países, permite tirar conclusões bastante evidentes sobre as intenções do Bispo de Roma.

A Igreja não é a velha Europa

Entre os novos cardeais, faltam nomes de países que durante séculos prevaleceram nos cargos cardinalícios: Espanha, França, Bélgica e Estados Unidos. No entanto, podemos ver bispos que guiam dioceses desconhecidas, como a de Cotabato, na ilha de Mindanao, nas Filipinas, ou a de Les Cayes, no Haiti. Ninguém havia previsto nem poderia prever estas nomeações.

Ao nomear estes dois cardeais, bem como arcebispos de Burkina Faso, Costa do Marfim, Nicarágua, ao invés de elevar arcebispos de históricas cidades europeias, o Papa está deixando uma mensagem clara e forte: a Igreja não é a velha Europa, a Igreja não é uma instituição estagnada no passado. A Igreja é universal e está perto dos pobres, dos últimos, de todas as periferias do planeta.

Na Igreja não há condecorações

Esta constatação oferece uma segunda mensagem muito clara deste Papa: na Igreja, não há dioceses de primeira divisão e dioceses de segunda. Ser cardeal não significa desfrutar de privilégios ou fazer carreira.

Como se não tivesse ficado claro, o Papa enviou uma carta muito direta aos recém-nomeados cardeais: “O Cardinalato não significa uma promoção, uma honra ou uma decoração; é simplesmente um serviço e exige que se alargue o olhar e se amplie o coração”.

“É por isso que te peço, por favor, que recebas esta designação com um coração simples e humilde. E, não obstante tu devas fazê-lo com júbilo e alegria, faz com que este sentimento permaneça distante de qualquer expressão de mundanidade, de qualquer festa alheia ao espírito evangélico de austeridade, sobriedade e pobreza”, acrescenta o Papa.

O sínodo é algo sério

Por último, há uma nomeação significativa. O Papa nomeou como cardeal o arcebispo italiano Lorenzo Baldisseri, a quem recentemente havia nomeado secretário-geral do Sínodo dos Bispos. Havia outros cargos tradicionalmente cardinalícios na cúria romana, que o Papa não quis levar em consideração; no entanto, ele nomeou este arcebispo, que desempenha um cargo que até agora não era considerado cardinalício.

Ao atribuir um papel forte ao novo coordenador do Sínodo dos Bispos, o Papa está manifestando a grande importância que pretende dar a esta instituição em seu pontificado. As reuniões sobre a reforma da cúria romana, realizadas pela comissão de 8 cardeais nomeados por Francisco, começaram precisamente pela reforma e potencialização do Sínodo dos Bispos.

Nesta instituição, o Papa vê o ambiente natural para promover a colegialidade, a colaboração entre os bispos do mundo inteiro com o Papa, entre as dioceses e a Santa Sé. A mensagem é clara. E o próximo sínodo sobre a família, que será realizado em outubro no Vaticano, será a prova.

Você acha que o Papa os transmite outras mensagens através das nomeações dos cardeais? Compartilhe sua opinião no campo dos comentários abaixo!

Tags:
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