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O Facebook pode morrer em 5 anos

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Aleteia Vaticano - publicado em 24/01/14

O que nos espera quando todo esse sistema entrar em crise? É possível imaginar o futuro?

Por Ethevaldo Siqueira, em seu perfil no Facebook

Escrevo este artigo antes de ler um livro que acabo receber e que tem o título de “Adeus, Facebook – O Mundo Pós-Digital”, escrito por Jack London, economista, consultor, professor e empresário, um dos pioneiros da internet no Brasil ao criar o site Booknet.com.br, vendido e que mudou seu nome para Submarino.

Quero confrontar minhas ideias com as de Jack London e voltar a comentar o livro depois de lê-lo. Resumo aqui meu diagnóstico as ameaças que parecem condenar o Facebook.

1. Minha primeira previsão é a de que vai acontecer com o Facebook algo parecido com que ocorreu com o Orkut. O nível daquela rede foi caindo tanto, foi invadida por uma garotada raivosa e malcriada, bem como outras pessoas com pouca ética e interessados mais em agredir, promover verdadeiros boolings ou até vender produtos ilegais.

2. O que ocorre no Facebook não chega a ser tão degradante quanto o que ocorreu no Orkut. O que afeta o Facebook são, essencialmente, três problemas. O primeiro é a utilização desta rede como palanque político-ideológico. O segundo é a degradação da linguagem. E o terceiro é falta de ética, na divulgação de notícias levianas, falsas ou duvidosas.

3. Em minha visão, a pior das pragas deste Facebook é a tentativa de transformação desta rede em palanque político-eleitoral, da forma mais primária e grosseira possível. Hoje sabemos que há até tropas de choques – de esquerda e de direita – pagas para bombardear pessoas e grupos que deles divergem com calúnias e toda forma de desqualificação. Eles atacam todos os dias os adversários políticos (no governo ou na oposição). Seu estilo é quase sempre o mesmo: usar os chavões e a linguagem mais estereotipadas, não responder aos argumentos sérios e contra-atacar com todas as injúrias possíveis, bem como com críticas generalizadas e levianas a tudo que não coincide com o interesse de seu grupo político ou partidário.

4. A pornografia, a linguagem chula, as agressões gratuitas e a fraude praticamente reduziram o Orkut a uma rede insignificante, em conteúdo e em tamanho. Acho, sinceramente, que o Facebook esteja a caminho de uma dupla degradação de linguagem e de propósitos éticos.

5. Feito esse diagnóstico, prevejo que o Facebook se reduza, também, a uma rede insignificante em conteúdo e em tamanho, se não houver um aprimoramento de comportamento a maioria de seus internautas. Em cinco anos, vocês estarão reduzidos a grupos fechados, a exibir fotos de seus gatinhos, a contar as peraltices de seus filhos e publicar uma montanha de abobrinhas, que só interessarão ao círculo familiar mais próximo. Por volta de 2018, meus amigos, teremos um Facebook absolutamente decadente, cultural e politicamente insignificante. E pior: todos os seus integrantes correrão maiores riscos de furtos de seus dados, de explorações de pedófilos, de fraudadores de todos os tipos.

6. A editora de “Adeus, Facebook–O Mundo Pós-Digital” (Ed. Valentina, 2013, Rio) relembra que o livro de Jack London analisa “o que está acontecendo no mundo digital, sobre o futuro das redes sociais e sua influência em nossas vidas, como o Brasil lida com essa nova realidade e como empresas e empreendedores podem usar isso em seu favor. O livro ainda nos remete a algumas perguntas essenciais e nos faz questionar: O que nos espera quando todo esse sistema entrar em crise? É possível imaginar o futuro?”

7. Podemos tentar salvar o Facebook? Acho difícil, mas tentarei dar minha contribuição, de modo a ampliar este debate, cuidar sempre de minha linguagem, debater serenamente os problemas e, em especial, conquistar aliados nessa tarefa ingrata. Tenho tentado, já há algum tempo, contribuir com artigos mais sérios, com melhor conteúdo, mostrando como gostaria que fosse esse espaço virtual público – como uma espécie de Ágora do século 21.

8. Que acham desta proposta?

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