Sem a comunhão de vida com Deus e com os irmãos, o exercício de nossa liberdade se frustra em seu sentido maior“Cristo nos libertou para que sejamos verdadeiramente livres” (Gl 5,1). Deus não nos criou para a infelicidade, mas para termos uma vida plena. Toda injustiça, opressão, escravidão, exclusão, cultura de morte, jamais nasceu de Deus, mas de nossa própria liberdade que, muitas vezes, busca a felicidade fora dos caminhos de Deus.
A cada dia Deus nos dá a dádiva do exercício de nossa liberdade. E tudo dependerá de como usarmos essa liberdade. Verdadeiramente livres seremos somente quando decidirmos agir segundo a nossa natureza e vocação, que é de sermos à imagem e semelhança de Deus (Gn 1,26). Somos por natureza, criaturas, seres finitos feitos para o infinito. Vivemos no tempo, mas, o próprio tempo não nos basta, aspiramos pela eternidade. Também a eternidade dependerá das escolhas que fizermos e da graça de Deus. “Eis, ó homem, que Eu, o teu Deus, ponho diante de ti o caminho da vida e da morte (…) Escolha, portanto, a vida…” (Dt 30,15s).
Se buscarmos auscultar a Bíblia vamos descobrir o incessante convite: “convertei-vos para Deus”. João Batista prepara os caminhos da vinda do Messias pedindo: “convertei-vos e fazei penitência. O Reino de Deus está próximo”. Logo vem Jesus Cristo e começa a pregação do anúncio da Boa Nova da Salvação, dizendo, “convertei-vos, o Reino de Deus está no meio de vós”.
A verdadeira liberdade traz consigo a exigência de uma dupla fidelidade em nossas escolhas, sejam elas de ordem externa ou interna. Isto é: fidelidade de amor a Deus e de fidelidade de amor aos irmãos. Sem a comunhão de vida com Deus e com os irmãos o exercício de nossa liberdade se frustra em seu sentido maior, restando-nos, após cada escolha, a experiência do vazio e do desencontro com a posse da vida, de nossa realização e felicidade.
Santo Agostinho nos serve de exemplo: Na rebeldia de sua juventude e em busca de viver a liberdade segundo os critérios do mundo decidiu caminhar fora dos caminhos de Deus e cada vez mais teve como resposta o vazio e a frustração. Somente quando se encontrou com Deus é que então se encontrou consigo próprio. É dele essa expressão que vale para cada um de nós. “Quão tarde eu te encontrei, ó verdade, desde sempre procurada. Eu te buscava fora de mim e não sabia que tu te encontravas no mais íntimo do meu coração. Inquieto estava meu coração enquanto não descansou em vós, ó Senhor”.
A Igreja mais uma vez nos situa no tempo da quaresma a caminho da celebração da Páscoa do Senhor. O convite é o de sempre. “Convertei-vos”. Voltem-se para Deus e vocês encontrarão a vida e a paz.
(Artigo do Pe. Evaristo Debiasi, publicado originalmente pela AIS)
Dupla fidelidade libertadora
Fundação AIS - publicado em 06/02/14
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