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Papa Francisco: um ano de lua de mel

Pope Francis Visits Roman Parish Serving Homeless Poor TIZIANA FABI / AFP – pt

TIZIANA FABI / AFP

Manuel Bru - publicado em 13/03/14

Um homem vindo da Igreja da periferia e entregue ao nosso tão maltratado mundo

Para calibrar o segredo de um bom casamento, começando por uma inesquecível lua de mel, convém medir a qualidade humana e espiritual dos esposos. Cada vez que surge um novo Bispo de Roma, há núpcias entre o homem providencialmente designado e a Igreja, esposa tão maravilhosa quanto exigente.

O segredo do PapaFrancisco nesta lua de mel precisa ser descoberto não somente na novidade dos gestos do novo Papa, mas também em sua esposa, uma Igreja que o buscou assim: com o vigor e o mandato de fazer uma reforma eclesial sem precedentes desde o Concílio Vaticano II – que, 50 anos depois, é um presente que ainda não acabamos de desembrulhar, porque, como toda obra do Espírito, segundo o próprio Francisco, "nos dá preguiça de fazê-lo".

O PapaFrancisco não caiu do céu. Ele veio da Igreja da periferia – geográfica, existencial, evangélica – do nosso tão maltratado mundo. E veio porque a Igreja o procurou assim e o encontrou.

Muitos cardeais contam que tudo o que o Papa disse e fez até agora já foi comentado nas congregações gerais prévias ao conclave, no qual os prelados levaram muito a sério a urgente petição de reforma do Papa Bento.

Três passos poderiam definir este ano de mel para os dois esposos, o Papa e a Igreja: a passagem de uma Igreja tentada a recuar e defender-se a uma Igreja sedenta de conversão e renovação; a passagem de um olhar ao homem de hoje, contagiado pelo vírus do relativismo, a um olhar mais preocupado ainda pela sua solidão e necessidade de companhia; a passagem de uma Igreja que precisa urgentemente mostrar o dom da verdade que possui a uma Igreja que sabe que, antes de desvelar sua sabedoria, necessita ser um hospital de guerra chamado a curar – e não a remexer – as feridas de um mundo que é um imenso campo de batalha. Três passos que toda a barca da Igreja quer dar, encontrando em seu interior um bom capitão, capaz de conduzi-la.

De fato, assistimos a um novo rumo na palavra e nos gestos dos sucessores dos Apóstolos: primeiro, já não falam da defesa da vida só em referência às vítimas do aborto e da eutanásia, mas também da miséria, os imigrantes, os últimos; segundo, menos magistério moral e mais acompanhamento pessoal; terceiro, menos crítica ao secularismo da sociedade

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