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Irmã Adélia e os apelos da Virgem Maria

Pope: Mary is united to Christ in the Martyrdom of her heart – pt

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Fr. Thiago Pereira, SCJ - Reparatoris - publicado em 08/04/14

Tão prontamente várias pessoas ficaram sabendo do ocorrido e começaram a ir ao monte para rezar o terço e o ofício de Nossa Senhora

No próximo dia 13 de abril completaremos seis meses da morte de uma das videntes brasileiras de Nossa Senhora das Graças. Seu nome civil é Maria da Luz Teixeira de Carvalho, conhecida como Irmã Adélia, do Instituto das Damas da Instrução Cristã. A religiosa de 91 anos de idade morava em Recife.

O local onde a Irmã diz ter visto a aparição de Nossa Senhora localiza-se na reserva indígena dos Xukuru, no distrito de Cimbres, em Pesqueira-PE. Entretanto, este local possui constantes conflitos. Em vista disso, a Prefeitura de Pesqueira construiu o Santuário de Nossa Senhora das Graças ao lado do Cruzeiro da cidade, bem como uma gruta com quatro metros de altura e uma imagem da Virgem com quase dois metros, onde os peregrinos podem fazer suas orações.

Duas adolescentes do agreste veem Nossa Senhora

Irmã Adélia relatou que no dia 6 de agosto de 1936 foi com uma amiga mais velha, Maria da Conceição, colher algumas sementes de mamona num sítio. Entretanto, o medo do famoso Lampião, que matava muita gente naquela região nordestina, assustou as duas adolescentes de 14 e 16 anos de idade, que se esconderam no mato, rogando a proteção de Nossa Senhora. Para a surpresa delas, viram no alto da serra a imagem de uma mulher com uma criança nos braços. Voltaram pra casa consternadas.

Chegando em casa, Maria da Luz contou à sua mãe o que havia visto, esta não acreditou. Logo, o pai, Arthur Teixeira, chegou em casa para o almoço e, preocupado que pudesse ser alguém escondido no meio do matagal, foi com as duas meninas ao local. Munido de uma foice abriu uma picada entre os espinhos e garranchos. Vinte minutos depois, chegou ao local da suposta aparição. E, para o seu espanto, as meninas já estavam lá, sem terem sofrido arranhão algum.

Na mesma hora as meninas viram a imagem da mulher, apesar do pai de Maria da Luz não ver coisa alguma. “Perguntei: ‘Quem é você?’, e a mulher me respondeu: ‘Eu sou a Graça’. ‘O que a Senhora quer aqui?’, tornei a perguntar. Ao que ela respondeu: ‘Vim para avisar que hão de vir três castigos mandados por Deus. Diga ao povo que reze e faça penitência’”, afirmou Irmã Adélia.

Um local de peregrinação e curas

Tão prontamente várias pessoas ficaram sabendo do ocorrido e começaram a ir ao monte para rezar o terço e o ofício de Nossa Senhora. E, no dia 10 de agosto, a Virgem das Graças enviou a este povo uma água que saía da rocha, afirmando: “É para curar os doentes”. Além disso, surgiram duas pegadas, uma de mulher e outra de um menino, ambas cravadas na rocha.
A Igreja não poderia omitir-se frente a tantos acontecimentos que faziam com que o povo daquela região acorresse àquele local da suposta aparição. Com isso, o padre Manoel Marques, vigário desta cidade, pediu que o senhor Arthur Teixeira procurasse o bispo de Pesqueira, que delegou um padre para acompanhar o caso.

A Igreja local avalia a autenticidade das aparições

O padre delegado pelo bispo foi até o local da aparição para verificar a autenticidade das afirmações. Como não pôde ver a imagem da Virgem, submeteu as meninas a algumas provas, conforme ele mesmo relata: “Pedi ao senhor Arthur que se retirasse, como também que Maria da Conceição fosse mais para baixo a fim de não ouvir as perguntas que faria a cada uma delas”, e continua: “Como é a figura de Nossa Senhora que você vê? Maria da Luz disse: ela é semelhante a Nossa Senhora do Carmo da Catedral de Pesqueira, porém o manto dela é azul e o vestido creme e tem faixa. Tem um menininho no braço esquerdo e ambos têm uma coroa muito bonita na cabeça… Fiz descer Maria da Luz e chamei Maria da Conceição. Esta fez as mesmas afirmações que Maria da Luz sem qualquer diferença. A fim de observar se ela dizia verdade ou não, disse-lhe: olhe, minha filha, a outra disse que Nossa Senhora estava do lado de cá. Como é que você me diz o contrário? Maria da Conceição olhou e depois me disse: Lá eu não vejo”.

Depois de submetê-las a essas provas, o reverendo pediu para fazer uma sabatina de questões fundamentais acerca da mariologia e da cristologia em três idiomas (português, latim e alemão), duas delas completamente desconhecidas para as meninas do Agreste de Pernambuco. Nossa Senhora deveria responder em português. Ao terminar as perguntas e, para a surpresa do padre, tudo foi respondido corretamente. Finalizou pedindo a bênção da Virgem.

O vigário de Cimbres, o padre Marques, apesar de ter visto o ocorrido, não deu crédito. E, em seu relatório, escreveu de maneira contraditória os fatos. Quando foi entregar o documento ao bispo, a folha estava em branco.

“Comprometam-se em defender a pátria frente ao comunismo”

O bispo mandou um médico examinar as duas moças para ver se tinham boa saúde mental. Foi comprovado que sim. Meses depois, Maria da Luz ingressou na Congregação das Damas da Instrução Cristã, após ter sido recusada pelas Irmãs de Santa Doroteia, em Pesqueira. Em 1940 recebeu o hábito religioso e o nome de Irmã Adélia.

Passados vários anos, em 1985, irmã Adélia retornou ao local da aparição com alguns jovens. Nesta ocasião recebeu uma mensagem da Virgem Maria que alertava sobre “o perigo da entrada do comunismo no Brasil” e exortando aos jovens brasileiros para que se “comprometam em guardar e defender a Pátria”, conforme relata o website Rainha Maria.

(Reparatoris)

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