A Igreja nos ensina que pelo Sacramento do batismo, todo batizado possui uma identidade única que fica gravada para sempre: é sacerdote, profeta e rei
Ao ser batizado o cristão é incumbido de três missões distintas entre si, mas misteriosamente interligadas pelo mistério da fé: Sacerdote, profeta e rei.
Os fundamentos para este mistério se revelam na pessoa de Jesus Cristo, o Verbo de Deus que se fez carne e habitou entre nós. Ele foi sacerdote, profeta e rei. Jesus Cristo, homem, cumpriu a plenitude da representação da busca do homem por Deus.
Na antiguidade os homens buscavam a Deus, mas seus pecados não permitiam que eles alcançassem a Deus. Toda forma de religião é o resultado da busca do homem por seu Deus. Desde que nascemos temos uma centelha que testifica a existência de Deus, mesmo desconhecendo a Deus, algo dentro de nós clama por Deus, pois ao dar o sopro de vida ao homem, Deus nos fez à sua imagem e semelhança.
Toda tentativa humana de acesso a Deus é falha, por isso Deus, em sua infinita misericórdia, através dos séculos estabeleceu alianças com os homens e por meio destas alianças parciais, permitindo o acesso do homem a Ele.
No cenário das alianças aparecem as figuras dos sacerdotes, dos profetas e dos reis.
O ministério do sacerdote está relacionado ao sacrifício, os Hebreus tinham à sua disposição sacerdotes que ofereciam diariamente sacrifícios de animais para expurgar seus pecados. Porém, o perfeito sacerdote, Jesus, fez-se a si próprio sacrifício, doando sua vida para a Salvação da humanidade.
Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
O ministério do profeta está relacionado à transmissão da vontade de Deus para com os homens, os profetas elevaram a sua voz publicamente para alertar o povo de seus pecados e predizer acerca dos riscos que a falta de arrependimento trariam à Nação. Muitos destes profetas foram perseguidos e mortos nos tempos bíblicos.
Jesus é o profeta do Evangelho, das boas novas, do novo nascimento.
O ministério do rei está relacionado ao governo de todas as coisas, existe uma menção na Bíblia Sagrada de que "quando um justo governa, o povo se alegra". Quando um rei era temente a Deus, os Hebreus prosperavam, quando um rei era ímpio, o povo padecia.
Jesus é o Rei dos reis, Senhor dos senhores. Ele estabeleceu o maior reino da Terra, a Igreja.
O Código de Direito Canônico da Igreja, quando legisla sobre o ‘‘Povo de Deus’‘, diz que:
‘‘Fiéis são os que incorporados a Cristo pelo Batismo, foram constituídos como povo de Deus e assim, feitos participantes, a seu modo, do múnus sacerdotal, profético e régio de Cristo, são chamados a exercer, segundo a condição própria de cada um, a missão que Deus confiou para a Igreja cumprir no mundo’‘ (CDC,cân.204).
Jesus foi constituído por Deus Pai como ‘‘Sacerdote, Profeta e Rei". E como Ele se fez, pela Encarnação, a Cabeça da Igreja, todo o povo de Deus, por Ele, passou a participar dessas três funções do Salvador e, consequentemente, assumimos com Ele a responsabilidade da missão salvífica da humanidade, com todo o serviço do Reino. Deus Pai quis dar-nos a honra de participarmos com Cristo da obra de salvação da humanidade. Inseridos em Cristo pelo Batismo, nos fazemos um com Ele e, portanto, co-responsáveis pela sua missão redentora. O Reino a ser implantado no mundo também é nosso, e Deus quis que cada um de nós participasse da mesma alegria dos anjos quando o pecador volta arrependido para a casa do Pai.
Esse povo tem, portanto, uma vocação sacerdotal. Cada batizado é chamado a participar do mesmo sacerdócio de Cristo. Ele é verdadeiramente o Pontífice (ponte), ‘‘o único mediador entre Deus e os homens’‘ (1 Tm 2,5); mas, pela nossa inserção Nele, no Seu Corpo, pela Igreja e pelo Batismo, Ele fez do novo povo ‘‘um reino de sacerdotes’‘.