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Os jovens já não vão à Missa, o que fazer?

Beauty in the Liturgy – pt

© Sabrina Fusco / ALETEIA

Vida Nueva - publicado em 25/04/14

O grande desafio é continuar fazendo da Missa a fonte e cume da vida cristã, mas começando pelos alicerces, não pela fachada

Escutei um comentário na última Semana Santa, enquanto observava alguns jovens carregando imagens nas procissões: “É impressionante vê-los assim, tão emocionados; mas não há quem os faça ir à Missa”. E as pessoas pareciam se conformar com isso, já que, “pelo menos, estão participando de alguma atividade, e algo bom tirarão disso”. Este é o refrão de sempre.

Esta mesma inquietude, mas com resposta diferente, é a de párocos e responsáveis pastorais que observam como as igrejas se esvaziam de jovens nas missas dominicais. E acabam tentando organizar “missas atrativas”, corais, dedicando uma missa exclusiva aos jovens, com formatos velhos etc.

Em algum lugar, também ouvi recentemente que os jovens só participam da missa quando esta é celebrada no seu colégio. Nas instituições em que os agentes pastorais trabalham com mais empenho, dizem encontrar uma resposta positiva dos jovens.

Mas o que acontece, por exemplo, quando, no tríduo pascal, o colégio está fechado devido ao feriado? Segundo tais agentes pastorais, não há problema algum; para eles, de fato, as missas da paróquia são entediantes demais. E as coisas continuam assim. Os jovens na terra de ninguém, os que vivem na zona rural, ou com poucas possibilidades de escolher uma igreja, terão de aguentar.

“Precisamos fazer alguma coisa! Precisamos fazer alguma coisa!”, repetia, desesperado, um padre já idoso, ao comparar os jovens de hoje aos daquelas épocas dos cursilhos da cristandade, dos acampamentos de verão, dos clubes juvenis, dos cine-fóruns…

Quando a nostalgia invade a alma, o futuro parece mais incerto e a imaginação se atrofia com tantos sonhos em sépia, que impedem ver o quadro luminoso do amanhã.

Mas existem pessoas mais ousadas (perdoem meu atrevimento, que não é acusação, mas constatação), que recorrem ao barroquismo liturgista, que tanto atrai os jovens de hoje em dia, com esse perfil barroco e líquido. E, como loucos, tiram dos museus as capas pluviais, ornamentos rebuscados que cheiram a naftalina, envolvidos pelo odor do incenso.

Há boa vontade, sem dúvida, mas falta a pergunta fundamental: o que é a missa? Por que ela existe? Para que serve? Este é um desafio para toda a Igreja, nesta época de week-end, de deslocamentos, de comunidades heterogêneas.

É um desafio continuar fazendo da missa a “fonte e cume da vida cristã”, mas começando pelos alicerces, não pela fachada. Não adianta somente “ir por ir”, participar por obrigação.

É preciso deixar de lado esse cristianismo sociológico e dar o passo do cristianismo de seguimento.

(Artigo publicado originalmente por Vida Nueva)

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