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A importância do tempo

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Cleofas - publicado em 30/04/14

O que é urgente, de fato? As nossas correrias? Não. Urgente é saber perguntar: qual o sentido de tudo o que estou fazendo?

O melhor presente é o tempo Presente; então, é preciso aproveitá-lo bem. Mas há uma ciência em aproveitar o tempo. Não se trata de correr ao fazer as coisas, mas de não desperdiçá-lo com coisas sem sentido.

Para viver bem é preciso saber usar bem o tempo; é nele que construímos a nossa vida. Cada momento de nossa existência tem consequências nesta vida e na eternidade. Por isso, não podemos ficar “matando o tempo”; pois seria o mesmo que estar matando a nossa sua vida aos poucos. Na verdade, o tempo presente é a única dádiva que nos pertence; o passado já se foi, e o futuro a Deus pertence.
Viva intensamente o presente. Tenha sempre em mente o seguinte: a pessoa mais importante é essa que está agora na sua frente; o trabalho mais importante é este que você está fazendo agora; o dia mais importante da vida é este que você está vivendo hoje; o tempo mais importante é o agora. Alguns me perguntam como consigo fazer tantas coisas; a resposta é simples: não perder tempo e há tempo para tudo que é importante ser feito. É claro que precisamos priorizar as atividades.

Viver é como escrever um livro cujas páginas são os nossos atos, palavras, intenções e pensamentos.

As coisas pequenas, mas vividas com amor, assumem um valor elevado, enquanto muitos momentos aparentemente brilhan­tes são comparáveis a bolhas de sabão! Abrace com toda força as oportunidades que você tiver para crescer nos estudos e numa profissão. As chances que a vida nos dá não são muitas; e se você não aproveitá-las bem, pode chorar mais tarde.

Nunca fique sem fazer nada; ainda que você esteja desempregado ou de férias; pois sabemos que “mente vazia e desocupada é oficina do diabo”. Descansar não quer dizer ficar sem fazer nada; é mudar de atividade. Mesmo no campo ou na praia de férias você pode fazer algo que o descansa e que é útil.

Se fizermos as contas, veremos que todas as manhãs são creditados para cada um de nós 86.400 segundos; e todas as noites o saldo é debitado como perda e não é permitido acumulá-lo [saldo] para o dia seguinte. Todas as manhãs a sua conta é reiniciada, e todas as noites as sobras do dia anterior se evaporam.

Não há volta. Você precisa aplicar, vivendo o presente, o seu depósito diário. Invista, então, no que for melhor, em bens definitivos e não fugazes. Faça o melhor cada dia.

Para você perceber o valor de um ano, pergunte a um estudante que repetiu de ano. Para perceber o valor de um mês, pergunte para uma mãe que teve o seu bebê prematuramente. Para você perceber o valor de uma semana, pergunte a um editor de jornal semanal. Para perceber o valor de uma hora, pergunte aos namorados que estão esperando para se encontrar.  [cpa_para_ser_feliz] Para você perceber o valor de um minuto, pergunte a uma pessoa que perdeu o ônibus. Para perceber o valor de um segundo, pergunte a uma pessoa que conseguiu evitar um acidente. Para você perceber o valor de um milésimo de segundo, pergunte a alguém que conquistou a medalha de ouro em uma Olimpíada.

Lembre-se: o tempo não espera por ninguém. O dia de ontem é história. O de amanhã é um mistério. O de hoje é uma dádiva. Por isso é chamado “presente”! Não deixe que o tempo escorra por entre os dedos abertos de suas mãos vazias; segure-o de qualquer maneira para que ele vire eternidade.

Por que esperar amanhã para viver? O presente está cheio do passado e repleto do futuro. O bom aproveitamento do dia de hoje é a melhor preparação para o dia de amanhã. O tempo é sagrado, porque o evento da salvação se inseriu no tempo histórico. Mas é preciso ter uma noção correta do uso do tempo. Alguns pensam que “tempo é dinheiro”, e não conseguem parar. Não é assim.

Emmir Nogueira, tem uma bela reflexão baseada em Jacques Phillippe, autor de “Liberdade Interior”, (Ed. Shalom, 2004), que  ensina-nos que há dois tempos: um exterior, contato pelo relógio, e outro interior, contado pelo amor. Transcrevo aqui uma reflexão desse livro:

“O tempo exterior é o tempo do fazer, do trabalhar, estudar, produzir, produzir, produzir. É o tempo das horas marcadas, das agendas lotadas, dos compromissos importantes e inadiáveis. É o tempo que estressa, que envelhece, que desgasta, que irrita. Tempo que me fecha em mim mesmo, que me leva a pensar mais em mim do que nos outros, tempo de receber, de acumular. Tempo de usura.”

“O tempo interior é o tempo de ser, do trabalhar com gratuidade, do estudar com extasiamento, do produzir para o bem de todos, ainda que me “prejudique”. É o tempo que esquece o relógio diante da necessidade do outro. Tempo das agendas que sempre cabem mais uma horinha, tempo dos importantes e inadiáveis compromissos com a vontade de Deus.”

“Tempo interior é o tempo que pacifica ao ser doado, tempo que rejuvenesce porque tudo espera, tempo que refaz porque tudo crê, tempo paciente que tudo suporta. É tempo que me abre para o outro e para as boas surpresas de Deus, tempo de dar, tempo de partilhar. Tempo de gratuidade. É aquele tempo que se chama “paciência histórica”. Tempo que sabe que Deus tem o comando de tudo. Tempo que não se apressa em julgar e que se recusa a imprimir sentenças.”

“Tempo interior, é tempo de quem ora. É tempo de amor registrado pelos relógios da eternidade, sem ponteiros, sem dígitos. Tempo que sempre sobra. É o tempo em que Deus vive. Tempo que se partilha com Ele, carregado dos seus segredos de amor. Tempo que “guarda tudo em seu coração”, que se submete inteiramente à vontade de Deus. Tempo sempre sim. Tempo-sim a Deus e ao irmão. O tempo da eternidade vivido no tempo que se chama hoje.”

Usamos tanto a palavra URGENTE, que ela perdeu a sua força. O que é urgente, de fato? As nossas correrias? Não. Urgente é saber perguntar: qual o sentido de tudo o que estou fazendo? O mais urgente é saber agradecer a Deus o nascer do Sol que se repete a cada dia; urgente é o relacionamento com os filhos, o abraço na esposa, saber gastar o tempo com os outros… não se esquecer de viver a vida.

As pessoas não se tornam grandes por fazerem grandes coisas. Fazem grandes coisas por serem grandes. Para ser grande é preciso, pacientemente, construir-se a cada dia.

Prof. Felipe Aquino

(Cléofas)

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