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O que dizer aos pais que escolhem não batizar os seus filhos?

Baptism – pt

Jeffrey Bruno

Novena.it - publicado em 15/05/14

Dependendo dos motivos dos pais o que é bom fazer para ajudá-los a mudar de decisão

Pergunta:

Pouco tempo faz me tornei avô, com muita alegria. Mas o meu filho e sua esposa decidiram, no momento, não batizar a criança: decidirá ela, disseram, quando for maior. Tentei, com delicadeza, fazer com que mudassem de ideia. Eu, porém, sou uma pessoa simples, não sei exprimir bem aquilo que penso. O que poderei dizer a eles para buscar convencê-los?

Resposde o Mons Gilberto Aranci, Vice-presidente da Faculdade Teológica da Itália central e docente de Teologia pastoral.

Antes de uma resposta direta à pergunta, darei um conselho ao “avô”. O conselho é ir até o pároco para apresentar o problema e pedir a sua orientação sobre o mérito da questão. Digo isto porque, perante o texto da pergunta, é difícil compreender quais são aos verdadeiros motivos dos pais de não batizar o filho e como consequência responder adequadamente a pergunta a cerca de que coisa dizer a eles para que mudem de ideia. 

Posso somente aqui especular duas situações nas quais pode ser amadurecida a decisão de não batizar o próprio filho. Duas situações que pedem duas atitudes diversas. 

A primeira. Os pais não são crentes e por coerência não querem assumir uma decisão, batizar o filho, que não entra no pensamento deles. Exercitando o direito deles fundamental de pais e excluindo sua adesão à fé cristã, entendem deixar que o filho, na idade justa, faça a sua escolha de se batizar, ou não. Neste caso, creio que não existam margens tais para fazer compreender o valor cristão do sacramento do batismo em ordem à fé e à própria vida, e neste ponto “convencê-los” a rever a própria decisão. Neste caso eventualmente, como indicado pelos orientadores pastorais, se poderia conceder o batismo, se os pais aceitassem deixar a uma pessoa cristã, um parente ou um amigo, a responsabilidade da educação cristão do menino. Do contrário, “quando se encontra uma substancial indiferença religiosa e nenhuma garantia de uma futura educação cristão do filho, o pároco, depois de ter ponderado tudo com sabedoria pastoral, será bom que com delicadeza sugira de adiar o batizado”.

A segunda situação. Os pais são crentes, mas em nome da convenção de não querer impor ao próprio filho a própria escolha cristã, entendem deixar ao filho a liberdade de fazê-lo quando tiver intenção. Neste caso, ocorre a intervenção de uma pessoa, o pároco ou catequista, para oferecer aos pais as oportunidades para aprofundar o significado verdadeiro e profundo do sacramento do batismo. E assim, podem alcançar um autêntico convencimento, enraizado na fé despertada e redescoberta junto ao catequista e a comunidade cristã, do dever deles, mas também da alegria dos pais cristão de batizar o próprio filho.

A este respeito, são importantes as orientações pastorais que há anos estão presentes na prática da preparação dos pais ao batizado de seus filhos.

Retomo aqui algumas sugestões práticas. “Se nos pais se percebe hesitação, dúvidas, sobre a oportunidade de batismo, se pode perguntar a eles: Vocês pensam que seja melhor não batizar seu filho? Por quê? Nenhuma resposta dos pais é banal. Todos merecem atenção e respeito, para que exprimam a convicção deles. Em cada resposta, pois, tem sempre uma parte de verdade que ocorre colher e apreciar. Abre-se assim uma primeira troca direta, paciente e sincera com os pais, a partir da resposta deles. Somente se os pais não se sentem julgados, mas compreendidos, eles se tornam mais disponíveis a interrogar-se sobre a razão “mais alta” que leva a Igreja a batizar as crianças nos primeiros meses de vida”.

Neste ponto se pode continuar um diálogo tal que enriqueça e corrija as respostas dos pais mediante uma verdadeira e própria catequese batismal quanto à escolha da Igreja de batizar as crianças e para fazer amadurecer neles o sentido cristão. 

Certamente será explicado que o sacramento do batismo supõe sempre a fé em Jesus Cristo, ou seja, a adesão fiel ao Senhor, o conhecimento do significado do sacramento e assim a disponibilidade a reconhecer e a acolher o dom de Deus. Por isso, as crianças não poderiam receber o batismo, enquanto incapazes de professar a sua fé. Mas a Igreja desde os primeiros tempos, para suplicar à falta de fé delas, admite o batismo porque os envolve, como uma mão, na própria . Assim, cada vez que vem batizada uma criança, a comunidade cristã cumpre não somente um gesto materno, mas também um ato que a compromete de novo a reavivar a própria fé para transmiti-la à criança durante o seu crescimento. E naturalmente sempre envolvendo os pais e padrinhos. 

Procurar-se-á, pois, fazer compreender que pedir o batismo do filho é um verdadeiro gesto de amor, como aquele de tê-lo dado à luz: quer dizer, em outras palavras, pedir que a vida do próprio filho, já amado por Deus, seja completada e enriquecida de um singular dom, uma vida nova em Cristo, que a Igreja chama “renascimento espiritual”; quer dizer confiá-lo à proteção do Senhor para todas as futuras situações da vida; quer dizer pedir à comunidade eclesiástica de acolher o próprio filho em uma família maior, de modo que o amor deles de pais, para com os filhos, seja alargado assim que todos juntos possam compartilhar o seu crescimento na fé com o testemunho, os sacramentos, a oração, a catequese

O diálogo poderá continuar até fazer amadurecer nos pais uma motivação iluminada e colaborada da fé para fazer este grande dom ao próprio filho.

Espero que a situação do “avô” possa, de qualquer modo, colocar-se no quadro da minha segunda hipótese que prevê uma solução positiva, como por ele desejada.

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