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O que fazer para educar bem?

Padre con dudas – pt

© Achi Raz / Flickr / CC

Carlos Padilla Esteban - publicado em 15/05/14

Educar com amor, não só com ideias; com liberdade, para não exigir a fidelidade; com paciência, para aceitar que a vida cresce de dentro para fora

Todos nós estamos chamamos a ser pastores. Todos nós temos a missão de acompanhar alguém em nossa vida. Somos pais de família, pais e mães espirituais, professores, educadores, chefes em nossas profissões, assumimos algum cargo, alguma tarefa na paróquia etc.

Todos nós, em algum momento da vida, seremos pastores e guiaremos outros. E precisaremos assumir o papel de pai ou mãe. Teremos de educar, acolher, acariciar, abrir horizontes, carregar o mais fraco, servir, perguntar-nos sobre o que há no coração daqueles a quem amamos.

Nossa tarefa será refletir, com nossa vida, com nosso amor, o rosto paternal de Deus. Observaremos o Bom Pastor para seguir seus passos. Por isso, jamais deixaremos buscar educar a nós mesmos, para poder assim educar melhor.

Tentaremos ser dóceis a Deus, para que Deus torne nossa entrega fecunda. Parece simples quando se escreve, mas não é.

Percebemos nossas fraquezas, palpamos nossas feridas, sentimos a fragilidade em nossa vida.

Falta-nos humildade para colocar-nos em segundo plano. Falta-nos paixão para educar com amor, não só com ideias. Falta-nos liberdade, para não exigir fidelidade e só dar sem esperar nada.

Falta-nos generosidade para não querer estar no centro, buscando o aplauso. Falta-nos paciência, para não esperar que a vida cresça com força e rapidamente. Falta-nos alegria, para não nos desesperarmos quando a vida não for como gostaríamos.

Ainda não aceitamos que a vida sempre cresce lentamente, de dentro para fora. A vida verdadeira tem seus tempos, seus prazos. Não podemos forçar a vida, esperado que perdure no tempo.

A natureza é sábia e cresce lentamente Os processos da alma exigem tempo. Tudo cresce no ritmo de Deus, do interior para o exterior.

Não educamos com moldes, mas com a vida. A partir da natureza daquele que Deus nos confiou. Este processo exige paciência, tempo. Sobretudo, exige muito amor. Porque o amor é o que transforma.

Como dizia São Tomás de Aquino: “Nós não somos bons porque amamos Deus, mas é Ele que, ao amar-nos, nos torna bons”. O amor é assim: transforma, educa, extrai o melhor de nós.

Ao amar-nos, Deus nos torna melhores. Ele se comove, como o pastor diante da ovelha perdida. Ele se comove diante da nossa fragilidade.

Santa Teresinha disse que “o que agrada Deus não são meus desejos de ser mártir, mas meu amor à minha pequenez e à minha pobreza, e que confie cegamente em sua misericórdia. O simples desejo de recebê-lo é suficiente, mas é necessário consentir em permanecer sempre pobre e sem força – e aí está a dificuldade”.

É assim como o Pastor nos ama. Ele não procura o lobo, porque o lobo não se deixa amar a partir do seu poder; o lobo se sente forte e acha que não precisa do Pastor; foge dele, não o ama, ataca-o.

A ovelha, em sua fraqueza, precisa da força do Pastor, dos seus braços poderosos, das suas pernas ágeis. Ela sabe que, ainda que ele esteja longe, virá buscá-la. Não deixará que ela caia nas garras dos lobos.

Queremos ser ovelhas para precisar do Pastor. Não queremos ser lobos, que não se sentem fracos e acham que não precisam da ajuda de ninguém.

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