O pacto de suicídio entre dois apresentadores da TV britânica: uma reflexão sobre a cultura do descarte
Uma decisão estremecedora, tomada por dois famosos apresentadores de TV britânicos: diante das câmeras, eles prometeram “matar um ao outro” em caso de sofrimento.
Um compromisso com o suicídio
Eles são um dos casais mais famosos da televisão inglesa e, como escreve o site fanpage.it em 12 de maio, raramente fogem de questões espinhosas. Richard Madeley e Judy Finnigan abordaram, desta vez, o debate sobre o suicídio assistido, revelando os detalhes de um pacto de suicídio que fizeram após a morte da mãe de Richard, vítima de Alzheimer.
Após 26 anos de casamento, os apresentadores contaram sobre o seu "compromisso" de ajudar um ao outro caso surgisse a "necessidade". Mas, segundo a lei britânica, o parceiro pode ser processado se ajudar o outro morrer, inclusive quando o ato ocorre fora das fronteiras do Reino Unido. "Se Judy estivesse muito doente, eu não me importaria de correr o risco de ser processado", disse Richard. "Eu gostaria de fazer o que é certo pela minha esposa. E gostaria de ‘pagar as consequências’. Esta é a minha responsabilidade como parceiro". Judy, 65 anos, completou: "E eu faria o mesmo. Isso é tudo. Fizemos um compromisso um com o outro neste sentido".
Richard e Judy, que se tornaram avós há 18 meses, revelaram que a decisão foi tomada após o falecimento da mãe dele, no mês passado. Richard explicou que ela sofria do mal de Alzheimer e de câncer de pulmão. Judy acrescentou: "Eu me lembro de quando a minha mãe morreu, em 2007. Eu me senti como se tivesse levado um chute no estômago. E senti uma coisa semelhante com a mãe do Richard. É o choque da morte".
O papa Francisco fala sobre o fim da vida
No vigésimo aniversário da Academia Pontifícia para a Vida, o papa ofereceu uma reflexão sobre a questão do idoso e da eutanásia. Hoje, disse ele, nos encontramos diante do “domínio tirânico de uma lógica econômica que exclui e às vezes mata; muitos, hoje, são vítimas dela, começando pelos nossos idosos”. Francisco nos convida a ler um trecho da "Evangelii gaudium": “[A nossa sociedade] criou a cultura do descarte, que, como se não bastasse, está sendo promovida. Não se trata, simplesmente, do fenômeno da exploração e da opressão, mas de algo novo: com a exclusão, é atingida em sua raiz a própria pertença à sociedade em que vivemos. Os excluídos não são ‘explorados’, mas jogados fora, como ‘sobras’”.
Ele esclarece que, nesta passagem, tinha em mente os mais velhos e a eutanásia. "A situação social e demográfica do envelhecimento nos revela claramente essa exclusão da pessoa idosa, especialmente quando doente, deficiente ou vulnerável por qualquer motivo".
Na base da questão da exclusão dos idosos e da eutanásia há uma "questão antropológica: quanto vale o homem e em que se baseia esse valor? A saúde, certamente, é um valor importante, mas não determina o valor da pessoa. A saúde também não é, em si, uma garantia de felicidade: a felicidade pode estar presente em pessoas de saúde precária. A plenitude a que tende toda vida humana não entra em contradição com uma condição de doença e de sofrimento. Portanto, a falta de saúde e a incapacidade física nunca são uma boa razão para excluir, ou pior, para eliminar uma pessoa; e a mais severa privação que as pessoas idosas sofrem não é o enfraquecimento do corpo e a deficiência que daí pode derivar, mas o abandono, a exclusão e a privação do amor".
“Vamos nos ajudar a morrer”
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