A violência aumentou nos últimos dias na capital Bangui, com barricadas nas principais avenidas
Duas pessoas foram mortas a tiros e várias ficaram feridas nesta sexta-feira durante manifestações para exigir o fim da presidência de transição na República Centro-Africana e a saída das tropas do Burundi da força africana.
Os incidentes deixaram dois mortos e três feridos, dois deles em estado grave.
A presidente de transição, Catherine Samba Panza, fará um discurso durante o dia, informou seu gabinete à AFP.
Membros do gabinete receberam a ordem de não sair de suas casas nesta sexta-feira.
A violência aumentou nos últimos dias na capital Bangui, com barricadas nas principais avenidas. Os confrontos entre manifestantes e as forças africanas deixaram vários feridos na quinta-feira, um dia depois de um ataque que matou 15 pessoas em uma igreja.
O ataque de quarta-feira teve como alvo a igreja Nossa Senhora de Fátima de Bangui. Testemunhas acusaram a ex-rebelião Séléka, de maioria muçulmana.
Desde janeiro, após a renúncia forçada do presidente Michel Djotodia e de seu movimento rebelde Seleka, que havia tomado o poder em março de 2013, o conflito no país ganhou uma dimensão religiosa.
Os muçulmanos de Bangui, acusados de colaboração com a rebelião Seleka, foram vítimas de ataques das milícias cristãs conhecidas como "antibalaka" e muitos muçulmanos foram obrigados a partir ao exílio.
A França lançou em dezembro a operação Sangaris para ajudar a força africana no país (Misca) a recuperar a paz. Diante de sua incapacidade de acabar com a violência, Djotodia teve que renunciar em janeiro e foi substituído por Samba Panza, que em tese deve organizar eleições gerais até meados de 2015.