Os primeiros serão os últimos? Acontece na Coreia do Sul, onde o máximo reconhecimento que vem ligado anualmente às excelências nacionais em cinco categorias (Ciência, Medicina, Engenharia, Artes e Serviço à Comunidade) foi concedido ao Pe. Vincenzo Bordo (nome coreano Kim Ha Jong: Kim foi o primeiro mártir coreano, Ha Jong quer dizer “servo de Deus”).
O motivo oficial foi seu serviço aos “sem-teto, idosos e jovens de rua, através de uma série de programas que incluem um refeitório e um centro para a juventude na cidade de Seongnam”. A entrega do prêmio Ho-Am (assim se chama o reconhecimento) foi sexta-feira, 30 de maio, em Seul.
A sensacional notícia, como informao jornal italiano Avvenire no dia 31 de maio, “por vários dias catalisa a atenção de todas as mídias coreanas e de toda imprensa”, testemunha o irmão Stefano Bordo. Participaram da cerimônia de apresentação “os mais altos cargos do Estado, da comunidade científica e empreendedores”.
Quem é Padre Vincenzo Bordo?
É o fundador de uma grande obra de caridade chamada “Casa de Anna”, nascida há 20 anos, um centro de acolhida para ajudar os novos pobres: idosos sozinhos, jovens abandonados, sem-teto e desempregados que pertencem à classe de pessoas esquecidas, mesmo vivendo no país mais desenvolvido do mundo.
“Cada dia – conta o Pe.Bordo à agência Fides -, 500 pessoas sem-teto podem jantar e tomar banho. Depois, temos um dormitório. Oferecemos assistência social, psicológica e médica. A finalidade é reinserir as pessoas na sociedade. Por isso, criamos um laboratório de formação profissional, onde se confeccionam bolsas artesanais.”
Para os jovens, o projeto assumiu características particulares, explica Pe. Bordo: “Os jovens são acolhidos por cerca de 9 meses, durante os quais se busca compreender o problema deles. Neste período, entramos em contato com os pais para conhecer a realidade familiar, muitas vezes desfavorável e difícil. Neste ponto, existem três opções para os jovens: ou voltam para a família, ou vão para nossa casa-família para estudar, ou se transferem a uma outra casa-família para se inserirem no mundo de trabalho”.
A organização é composta por 25 leigos comprometidos e diversos voluntários, e há 20 anos segue em frente, graças a doações. O Pe. Bordo afirma: “Nunca nos faltou nada: a Providência nos ajuda”.