A febre da Copa do Mundo a cada quatro anos torna-se pontualmente também ocasião para descobrir histórias interessantes sobre o esporte, visto com os olhos da fé. É o caso desta entrevista publicada no site da Conferência episcopal francesa, onde descobrimos que um bispo de Saint Etienne, Dominique Lebrun, foi o árbitro no passado. Ele fala da semelhança entre a atividade do passado e seu ministério de hoje.
Por que a escolha de ser árbitro? E quais os frutos espirituais lhe trouxe essa prática esportiva?
Em 1985 decidi me tornar árbitro de futebol depois de ter escutado na rádio um anúncio da federação francesa. Buscavam um árbitro e eu tinha vontade de recomeçar uma atividade esportiva. Além de sempre ter amado o futebol. Descobri qual desafio representa cada partida. O árbitro deve fazer com que a partida se desenvolva segundo as regras e no espírito do esporte. Cada semana dezenas de milhares de árbitros fazem um autêntico serviço social aos jovens e adultos. Existe uma dimensão espiritual que é aquela gerada pelo espírito de servir na alegria de viver os bons momentos de comunhão.
Quando era árbitro, qual era o seu estado de ânimo diante das tensões, ou eventuais episódios de violência?
Fui jogador, sei o que significa jogar com paixão. O excesso de tensão e a violência às vezes nascem da própria paixão pelo jogo. O árbitro deve dar o exemplo aplicando as regras de maneira calma. Pode também amortecer muita cólera, ou ações violentas com um olhar, um sorriso, gestos bem calibrados, ou uma simples palavra. Chega também a compreender que às vezes a violência vem do contexto social. Tem-se a possibilidade de oferecer um espaço onde o respeito da lei, aceita por todos, torna possível o jogo. E me esforçava muito para não cometer erros.
O jogo é um esporte de time. Pode-se dizer que o bispo também faz algo similar ao esporte?
Ser árbitro é um esporte ao mesmo tempo individual e coletivo. O árbitro geralmente treina sozinho durante a semana. Desenvolve, porém, sua tarefa em trio. Mas de fato, está a serviço dos dois times, sem esquecer o público. Os times são para ele indispensáveis se quer praticar a sua atividade. Tudo isso não está distante da missão do bispo. Também ele está sozinho, com alguns colaboradores a serviço do Evangelho. Um bispo não é ninguém sem os fiéis, como o árbitro sem os times. Sobretudo, ai dele se não aplica primeiro a si próprio o Evangelho.
Fonte: vinonuovo.it