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Por que as crianças riem?

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© Greyerbaby

Catholic.net - publicado em 20/06/14

Não há pobreza maior que a incapacidade de alegrar-se

O mundo perdeu a capacidade de alegrar-se. Esta é a tese do economista Richard Layard, em seu livro “Happiness: Lessons from a New Science” (2005). Suas pesquisas mostram que, nos últimos 50 anos, algumas sociedades duplicaram sua renda, mas não sua felicidade. De fato, esta diminuiu. Parece que, quando a abundância entra pela porta, a alegria escapa pela janela, deixando uma pobreza ainda maior. Porque “não há pobreza mais profunda que a incapacidade de alegrar-se”, dizia Ratzinger.

Há algum tempo, pediram-me que confessasse algumas crianças antes da sua Primeira Comunhão. Enquanto uns se confessavam, outros brincavam no pátio. Eu podia ouvir suas brincadeiras, risadas e gargalhadas. No começo, não prestei muita atenção nisso. Pouco a pouco, no entanto, suas risadas conseguiram me despertar no meio do seu mundo, que com frequência é mais sério e autêntico que o dos adultos.

As crianças também sofrem muito, mas, enquanto são crianças, são extremamente hábeis em refazer sua alegria. Sua terna confiança pode enganá-las, mas jamais desanimá-las. Quando as circunstâncias mudam, “as crianças aceitam imediatamente e com toda naturalidade a alegria e a felicidade, sendo elas mesmas felicidade e alegria”, escreveu Victor Hugo.

Eu escutava seu alvoroço – as crianças não sabem ser felizes em silêncio – quando percebi que nenhuma risada é mais sincera que a sua. As risadas adultas muitas vezes são forçadas, superficiais, marcadas por certo mimetismo camaleônico. Não culpo ninguém. Eu mesmo já ri muitas vezes disfarçando tristezas, suportando o mal – próprio ou alheio –, padecendo solidão e desamparo.

A risada das crianças deve sua autenticidade a uma experiência mais profunda que a de poder brincar. As crianças, em geral, quando têm pais bons, sentem-se imensamente amadas. Este é o segredo das suas risadas e da sua felicidade. De fato, ao contrário da risada adulta, que às vezes precisa de algumas doses de álcool para soltar-se e afinar-se, a risada das crianças se apoia em sua impotência, em sua dependência, em sua necessidade alguém que vele por elas.

Georges Bernanos teve, neste sentido, uma poderosa intuição: “A criança extrai humildemente o princípio da sua alegria do sentimento de sua própria impotência. Confia em sua mãe. Presente, passado, futuro, toda a sua vida se resumem em um só olhar, e esse olhar é um sorriso”.

Há alguns anos, um bispo disse algo que até hoje me emociona: “Vivam na alegria! Nenhuma dificuldade, nenhuma fraqueza podem ser motivo para abandonar-se à tristeza e ao desespero. Em cada ser humano deve prevalecer sempre a certeza de ser imensamente amado”.

O Espírito Santo tem esta importantíssima tarefa em nossa alma: convencer-nos de que somos filhos de Deus, de que podemos nos dirigir a Ele com toda confiança, dizendo “Pai!”. São João Paulo II explicou isso aos jovens dessa maneira: “Descobrir a presença de Deus na própria história, nunca se sentir órfão, mas filho de um Pai em quem se pode confiar totalmente: esta é a grande mudança que transforma o horizonte humano”.

Por isso, a efusão do Espírito Santo às vezes produz explosões inexplicáveis de alegria. Foi assim com os apóstolos em Pentecostes, quando o Espírito Santo repousou sobre eles: sua alegria foi tão grande, que alguns pensaram que eles estavam bêbados. Não, eles não estavam bêbados; de repente, sentiram-se amados como nunca. Nesse dia, as portas do céu se abriram e se derramou uma alegria absolutamente nova sobre a terra: a humanidade já não poderia mais se sentir órfã.

(Artigo do Pe. Alejandro Ortega, publicado originalmente por Catholic.net)

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