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Estratégias para solucionar conflitos no casamento

Woman gesturing while quarreling with her partner in the living room – pt

© wavebreakmedia/SHUTTERSTOCK

Aleteia Vaticano - publicado em 27/06/14

É preciso compreender que cada pessoa tem uma experiência de vida e uma visão de mundo diferentes

Ainda que o casamento esteja baseado no amor, é natural que os casais encontrem diferenças e dificuldades que precisarão aprender a reconhecer e resolver para evitar conflitos. Um conflito não é um desacordo. Os desacordos são normais. Mas quando os desacordos não são respeitados ou causam problemas no casal, tornam-se conflitos.

Muitas diferenças no casal provêm do fato de que cada um carrega consigo a própria experiência de vida e cultura. Em outras palavras, cada cônjuge tem uma forma de fazer as coisas e de ver o mundo, segundo o que aprendeu em sua família de origem e no ambiente em que cresceu.

Na família, cada indivíduo aprende a resolver dificuldades e conflitos de acordo com a forma como seus pais fizeram, bem como a maneira de expressar a raiva e a frustração. Em algumas famílias, por exemplo, não se permite que os filhos demonstrem sua raiva. Por isso, estas pessoas crescem sem saber o que fazer com esse sentimento. Quando se casam, no primeiro sinal de conflito, podem pensar que existe algo muito ruim em seu relacionamento, ou que erraram na escolha do parceiro, ou inclusive desejam o divórcio.

A cultura também nos ensina como agir diante dos conflitos. Por exemplo, em muitas das culturas latino-americanas, enquanto se permite que o homem demonstre sua raiva e inclusive seja agressivo, as mulheres são ensinadas a ficar caladas para evitar conflitos, não expressando o que sentem ou precisam.

Este tipo de atitude, aprendida da cultura e na família, é precisamente o que torna difícil que haja um diálogo franco entre os cônjuges, que lhes permite crescer juntos e resolver seus problemas de maneira saudável.

A experiência de vida também conta na hora de formar uma visão de mundo. O que pode causar medo ou ser difícil para uma pessoa, não será para outra, segundo tenha aprendido a viver com isso ou não.

Por exemplo, alguém que cresceu com pessoas doentes sabe como lidar com esta situação melhor que alguém que nunca conviveu com uma pessoa com limitações físicas ou de saúde em sua casa. Nossas reações têm muito a ver com a mensagem que tenhamos associado com este fenômeno. E, certamente, os cônjuges nem sempre tiveram as mesmas experiências.

É claro, então, que o passado de uma pessoa, o que ela aprendeu, é muito importante para entender suas reações e formas de ver a vida. Por isso, os namorados e esposos precisam conhecer o passado, as raízes, a história pessoal e as lembranças um do outro, para tentar entender também as marcas que estas vivências deixaram na vida de cada um; assim, serão mais compreensivos e menos conflitivos.

Saber que nem todos nós aprendemos da mesma maneira deve igualmente ajudar-nos a relativizar nossa maneira de ver as coisas, se no final se chega ao mesmo resultado. Assim, por exemplo, ainda que o jeito de fazer arroz do seu parceiro seja diferente da receita da sua mãe, o importante é que é igualmente saboroso.

Todos nós podemos ter uma maneira de pensar diferente, sem que isso necessariamente cause um conflito. Nossas atitudes diante das diferenças são as que determinam se estas vão se transformar em um conflito ou não.

A seguir, comentaremos algumas atitudes que favorecem o diálogo e a solução de conflitos.

É comum pensar que o que nos agrada também vai agradar nosso parceiro. No entanto, com o tempo e a observação, percebemos que nem sempre é assim. A comunicação entre o casal deve melhorar com o tempo. Quanto mais se conhecerem, mais as pessoas poderão estar atentas às necessidades do outro.

Melhore sua habilidade e disposição para escutar. Não se pode entrar em comunicação com uma pessoa que não deseja escutar. E, para escutar, é preciso dirigir toda a atenção à pessoa que está falando.




Aprenda a expressar seus pontos de vida, desejos e necessidades. Ninguém sabe melhor o que uma pessoa pensa ou precisa do que ela mesma. Portanto, esperar que o outro adivinhe nossos pensamentos é irreal.

Tenha a mente aberta a acolher outras opções e formas de ver a realidade. Ninguém possui toda a verdade. O ponto de vista do outro pode, além disso, nos enriquecer muito.

Diga as coisas sem ofender, procurando dar à outra pessoa o benefício da dúvida. Isso quer dizer que, ao expressar um desacordo ou descontentamento, você precisa ser capaz de usar uma linguagem que demonstre o interesse por saber ou compreender o porquê das atitudes e comportamentos da outra pessoa, sem culpá-la ou desvalorizá-la. Por exemplo, diga: “O que você quis me dizer é que minha desordem o incomoda?”. Esta talvez seja uma das melhores ferramentas para a comunicação.

Procure tratar um assunto de cada vez, não saia do tema. Não caia na armadilha de responder a insinuações ou comportamentos destrutivos que desviem a comunicação e façam que o conflito aumente.

Tente assumir a responsabilidade por aquilo que você considera que gerou o problema: “Eu reconheço”, “Desculpe-me por ter feito isso”. Quando se tenta resolver um conflito, geralmente se busca a reconciliação. Mas, se não assumimos a responsabilidade pelos nossos atos ou não pedimos perdão, encontrar uma solução para o conflito será mais difícil.

Ainda que todas estas habilidades sejam de grande utilidade, é preciso reconhecer que o mais importante para uma boa comunicação é como você vê a si mesmo, ou seja, sua autoestima. Isso significa valorizar-se e ao mesmo tempo saber reconhecer os próprios erros.

Finalmente, não se esqueça de colocar-se no lugar do outro, isto é, esteja disposto a reconhecer que, muitas vezes, se você estivesse nas mesmas circunstâncias, possivelmente agiria da mesma maneira.

(Artigo publicado originalmente em Por tu Matrimonio)

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CasamentoConflitos
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