Aleteia logoAleteia logoAleteia
Quarta-feira 24 Abril |
Aleteia logo
Estilo de vida
separateurCreated with Sketch.

Recomendações à Seleção Brasileira

Brazil Neymar

© CARLOS KUBO Paintings

Élison Santos - publicado em 01/07/14

Não é hora de temer a derrota, nem mesmo de considerá-la, não é hora de se preparar para a derrota, assim como o guerreiro não pode se preparar para a morte

Em situações de prazer o organismo produz endorfina, um hormônio capaz de aumentar a disposição física e mental, aumenta também a resistência, alivia dores, melhora a memória e o bom humor. Em estado de tensão, o organismo produz a adrenalina que, por sua vez, provoca uma série de mudanças no corpo com o intuito de prepará-lo para enfrentar o perigo ou fugir dele. Diante do medo ou da insegurança, o ser humano experimenta o estresse, fica em uma atitude de defesa e tem suas capacidades de criação e bom humor afetadas.

A Seleção Brasileira enfrenta nesta Copa uma situação de grande tensão que, não sendo bem administrada, pode transformar-se em grande estresse. Jogar em casa significa carregar a obrigação de ganhar a competição. Além disso, há a pressão dos patrocinadores, dos familiares que sofrem com os erros, há a pressão política daqueles que querem se aproveitar do sucesso da seleção, a pressão de toda a torcida e de campanhas publicitárias que reforçam ainda mais o peso sobre os ombros destes jovens que certamente nunca viveram tamanha exposição.

Há um medo muito grande de não se responder positivamente às expectativas de todo o país. Diante deste medo, alguns jogadores e também membros da comissão técnica podem recorrer às justificativas para a derrota, buscando explicar a dificuldade do campeonato, o grande potencial das outras seleções e chegar até a pedir que a torcida apoie o grupo mesmo diante da derrota. Em uma situação normal esta atitude poderia parecer razoável e prudente, e inclusive expressaria muito da real situação do campeonato, contudo pode também demonstrar o maior ponto fraco da seleção.  Seu aspecto emocional.

O jogador brasileiro é conhecido mundialmente por sua capacidade de criação, por sua técnica, e por isso está sempre acima da média, o futebol brasileiro produz craques extraordinários, é uma arte e como toda arte, para que seja bem executada, é preciso que o artista esteja inspirado, livre, sentindo-se bem e motivado. É preciso endorfina!

Os jogadores precisam encarar os jogos como mais um passo para um sonho, para uma conquista, não é hora de reconhecer o poder do adversário, mas sim de intensificar ao máximo o poder do grupo e para isso o temperamento do craque Neymar é uma ótima receita!

Neymar joga com a competência de um grande executivo de empresa e a liberdade de um moleque durante uma pelada no campinho de terra. Reconhecidamente o maior craque do Brasil e uma das grandes estrelas da Copa, ele tem o espírito do craque que entra para mostrar seu futebol. O grupo precisa acompanhá-lo e não permitir que ele entre no medo do restante do grupo.

Ao invés de chamar palestrantes de fora para motivar os jogadores, a Comissão Técnica deve pedir ao Neymar que suba no palco e partilhe com seus colegas como ele faz para ser o craque que é, qual seu sentimento em campo, como ele vê o adversário. O jogador de futebol tem que ter atitude, não cabe a diplomacia no futebol, é claro que nada disto tem a ver com violência e derespeito, mas tem muito a ver com mostrar para o oponente que não há trégua, que não há medo, não há receio de arriscar. Não se pode considerar demais ao adversário.

As Copas perdidas pela Seleção Brasileira foram perdidas não pela ausência de técnica ou de craques, mas pela dificuldade em lidar com esta expectativa de sucesso. Foi assim na França, foi assim na África do Sul. Esse temperamento de “homem cordial”, como dizia Sergio Buarque de Holanda, que se expressa também nessa atitude de inferioridade diante dos países de primeiro mundo, cai por terra no futebol, precisa cair por terra, talvez por esta razão, milhões e milhões de brasileiros se entregam de corpo e alma acompanhando cada jogo da seleção.

Não é pelo hexa, não é pela taça ou pelo sucesso pessoal, é pela honra e a dignidade, é pela auto-afirmação do Brasil e dos brasileiros diante do mundo.

A receita é: Neymar neles!

Não é hora de temer a derrota, nem mesmo de considerá-la, não é hora de se preparar para a derrota, assim como o guerreiro não pode se preparar para a morte, não é hora de temer o risco, ao contrário, é hora de se preparar para a vitória. É muito mais uma preparação emocional. É como orientamos aos jovens que vão fazer vestibular, não adianta estudar na última hora, nos dias que antecedem ao grande teste é hora de relaxar. Ninguém vai aprender a jogar futebol agora.

A receita é: Neymar neles! Neymar para contagiar todos os jogadores da seleção, e Neymar pra cima dos adversários! Com 200 milhões, com coragem e muita, muita criatividade! Sem medo de arriscar!

Tags:
Esporte
Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia