É um erro as mulheres que se fazem de pai e mãe. A mãe só pode fazer o papel de mãe, e o pai só pode se comportar como pai. Não existem os substitutos de um e de outro
A figura paterna – perdoem-me as feministas – tem sido penosa e injustamente desvirtuada.
Se bem que muitos pais e mães não são um exemplo a seguir, também é certo que a sociedade – refiro-me sobretudo às mulheres – obscureceu o masculino, seja por excesso ou por ausência, e lhe roubou o seu papel único e insubstituível na atenção do lar e no cuidado da esposa e dos filhos.
Tanto o machismo como o feminismo são atitudes que pretendem mudar o que é imutável e fazer desses “ismos” um estilo de vida, o que é errado e injusto.
Não somos idênticos
O homem e a mulher, que são diferentes e complementares, podem exercer juntos os seus papéis em todos os âmbitos em que um ser humano pode se desenvolver. Não necessariamente de modo idêntico, mas de maneira análoga e complementar. Isso quer dizer que, como parte dessa complementaridade, temos que reconhecer e reafirmar o espaço que corresponde a cada um.
Qualquer psicólogo ou psiquiatra estará de acordo comigo sobre a importância do sentido de pertença no processo educativo e formativo de qualquer ser humano. Por isso, não podemos tirar o feminino das mulheres e nem o masculino dos homens. Pretender que as mulheres atuem como homens e que os homens atuem como mulheres é um atentado a esse sentido de pertencer a si mesmo, e que corresponde a cada pessoa em seu ser.
O modo de ser específico do homem contribui muitíssimo para a mulher e os filhos. O mal entendido feminismo, em lugar de polir as asperezas da sociedade ali onde a mulher é vítima de abusos, abandono ou desprezo, na maioria dos casos banalizou a figura feminina, atacou a masculina e caiu naquilo que havia criticado, ou seja, no equivocado comportamento machista.
É um erro as mulheres que se fazem de pai e mãe. A mãe só pode fazer o papel de mãe, e o pai só pode se comportar como pai. Não existem os substitutos de um e de outro. Quando o pai falece ou tem de ausentar-se, os filhos, especialmente os meninos, devem se relacionar com algum referente masculino: irmão mais velho, avô, tio, professor.
O papai não é uma mulher com defeito
Não podemos permitir a retirada do pai na tarefa de educar e cuidar da família.
Muitas vezes, nós mulheres nos queixamos de que o marido não nos ajuda na casa como gostaríamos, e esse é ponto de partida do problema, já que não podemos pretender que nosso esposo colabore como se fosse mulher, com as características femininas, projetando o nosso marido como uma mulher com defeito, comprometendo a imagem de bom pai na frente dos filhos.
Devemos permitir que o marido compartilhe as tarefas da casa e da educação dos filhos de acordo com o seu estilo próprio masculino, que é onde todos saem ganhando. A mulher descansa quando “deixa” que seu marido se empenhe nas coisas da casa sem lhe censurar, criticar ou corrigir constantemente. Se há que fazer uma observação, faz-se a sós com ele, para contribuir com o crescimento do esposo e o funcionamento do lar.
Se os filhos meninos veem que seu pai é reprovado constantemente e veem a sua mãe como a rainha da verdade absoluta, eles podem acabar identificando-se mais com a figura materna do que com a paterna, querendo parecer-se mais com ela do que com ele. Já as filhas mulheres poderiam viver pensando que não existe homem que se ajuste à sua perfeição e que elas estão acima do mundo todo… vamos ver quem as aguenta.
Nem é preciso dizer que as mães não podem converter os filhos em um depósito de lamentações, fazendo comentários negativos sobre o pai deles, já que isso desperta nos filhos ressentimentos, facilidade para o julgamento crítico agudo, culpa, assumir responsabilidades que não correspondem a eles e sobretudo pensar que o papai não é bom.