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A depressão não a impediu de cantar

Anna Clendening ad America’s got talent – pt

© Public Domain

Mauricio Artieda - publicado em 08/07/14

“Foram os meus pais que me deram coragem para estar aqui hoje”, disse Anna Clendening

Anna Clendening é uma britânica de 20 anos. Seu quadro clínico indicava transtorno de ansiedade e depressão. Durante muito tempo, a sua difícil condição a manteve em casa, alimentando medos que a distanciavam do contato com as pessoas. Com a ajuda dos pais, ela descobriu a música, encontrando um instrumento para suportar a angústia, além de uma fonte de estima pessoal. A sua apresentação no “America’s got talent” foi impressionante. A história de Anna fala da importância de saber enfrentar os próprios medos e dar a eles a dimensão que realmente têm. Por outro lado, esta história ressalta a vitória não apenas de Anna, mas de toda a sua família. Somente o amor pode curar as feridas profundas que dilaceram o coração de uma pessoa que sofre de depressão.

Elementos apostólicos

1. A história de Anna é para todos. Não existe ninguém que não tenha medos, ou que não tenha pensado mal de si mesmo por causa dos medos. A depressão, entre outras coisas, é um estado grave de um círculo vicioso no qual, de um modo ou de outro, todos caímos. Não são poucas as vezes em que o medo transforma a realidade em algo que não é. Crescem os perigos e nos diminuímos ao ponto de nos sentirmos incapazes de enfrentá-los. Isso gera um círculo vicioso do qual é muito difícil sair pelas próprias forças. Temos a necessidade de um olhar alheio, de alguém em quem confiar para fugir deste abismo que nos machuca.

2. Existem profundas dúvidas sobre a terapia cognitiva do “eu posso” e do acúmulo de ideias positivas. Não sei se Anna se tratou assim, mas se foi desta forma, isso a ajudou somente por um período. O que ajudou Anna foi a música? É uma boa pergunta. Pessoalmente, penso que Anna tenha descoberto uma grande fonte de valorização na música e isto lhe permitiu possuir ideias mais realistas de si mesma. Mas creio que tenha sido o amor constante dos seus pais e a imagem luminosa que eles tiveram dela o que a deu coragem de pegar o violão e cantar diante de milhares de pessoas. Ela mesmo disse no vídeo: “Foram os meus pais que me deram coragem para estar aqui hoje”.

3. O olhar de Deus projetado na nossa vida tem um efeito similar. Este olhar nos ajuda a compreender autenticamente a nossa identidade e a colocar os nossos medos no lugar certo. O que conta é deixar-se olhar. Alguns meses atrás o Papa Francisco falava disso: “Todos nós nos encontraremos diante daquele olhar, aquele olhar maravilhoso”. É muito importante se deixar olhar por Deus! Porque não é fácil e muitas vezes estamos totalmente cheios com as nossas ideias. Não deixamos penetrar nenhum outro olhar, chegando a acreditar que não exista ninguém em quem podemos confiar, mas não é assim. Quando em nossa vida não entra a luz de Deus e do próximo, entram inevitavelmente as trevas do demônio.

4. Deus não nos dá cruzes maiores do que podemos sustentar. Se devemos carregar algo difícil como um quadro depressivo, devemos confiar que Deus tenha colocado em nós e ao nosso redor os instrumentos para podermos nos tornar santos apesar disso. Muitas vezes é através daquilo que nos faz mal que nos tornamos santos. 

5. Deus age na nossa vida de muitas maneiras e usa coisas simples como um instrumento musical, ou coisas belas como os pais que nos amam, para nos mostrar o próprio Amor. Se você está esperando que as nuvens desenhem seu nome no céu para escutar Deus, provavelmente está perdendo todas as outras maneiras que Ele tem para falar com você. 

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