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A verdadeira história da avó do Papa Francisco

Bergoglio family – pt

© BERGOGLIO FAMILY / AFP

ARGENTINA, Buenos Aires : From L to R, up: Pope's sister Maria Helena, Pope's mother Regina Sivori, Pope's brother Alberto, Jorge Bergoglio Pope Francis, Pope's brother Oscar, Pope's sister Martha, Pope's stepbrother Enrique Narvaja. Sitting from L to R: Pope's grandfather Juan Bergoglio, Pope's grandmother Rosa and Pope's father Mario.

Mirko Testa - publicado em 11/07/14

A ligação do Papa com sua avó, a mulher que lhe transmitiu a fé

Se existe uma figura que o Papa Francisco não perde ocasião de citar é a sua avó. Rosa Margherita Vassallo tinha umacheia de devoções populares, além de uma grande consciência das próprias raízes italianas. Nascida em 1884 em Valbormida, casou-se em Turim com Giovanni Bergoglio. Dessa união nasceu Mario, pai do Papa. 

Na vigília de Pentecostes do ano passado, o Papa Francisco falou dela: “recebi o primeiro anúncio cristão desta mulher: minha avó! É lindo isso: o primeiro anúncio em casa, com a família!”. 

Foi ela, entre outras coisas, a transmitir-lhe os costumes de Piemonte, quando as refeições eram um momento especial para a família, sobretudo aos domingos, onde os jantares poderiam durar até o amanhecer. Sabemos por meio de uma carta escrita a próprio punho pelo Papa e endereçada ao pároco de Piana Crixia – cidade da província de Savona, onde nasceu Rosa Vassallo em fevereiro de 1884 – em que revelava: “Vovó Rosa deixou em mim uma forte marca humana e religiosa, e dela também aprendi o dialeto piemontês” 

Quem descobriu os detalhes da família do Papa foi Rosa Appendino, que lançou junto com Giancarlo Libert o livro "Vó Rosa". “Rosa – explica a autora em entrevista dada à Revista italiana Credere – foi uma mulher aberta às novidades, uma católica fervorosa. Foi levada para Turim por sua tia Rosa Crema, transferiu-se de Piana Crixia, onde havia nascido, para lá em 1892, quando tinha apenas oito anos. Foi porque sua família era numerosa e via-se a possibilidade de crescer em um ambiente estimulante, como a cidade de Turim”. 

Nos anos 20 do novo século Angelo Bergoglio transferiu-se com a mulher e seus filhos para Turim. Ali abriu uma padaria e mesmo estando bem financeiramente, não estava feliz porque sentia falta de seus irmãos que haviam se transferido para a Argentina alguns anos antes. Em 1929, vendeu a padaria e comprou oito bilhetes só de ida para a Argentina. Desembarcaram, assim, em Buenos Aires num dia de verão.


[Sentados no sofá: a irmã caçula, Maria Elena, mãe Regina Maria e pai Mario. Atrás da esquerda para direita: os irmãos Alberto Horacio, Jorge Mario, Oscar Adrian e a irmã Marta Regina]

Com a mãe Regina Maria fora de casa para trabalhar, o pequeno Jorge passava muitas horas com a avó, absorvendo a espiritualidade dela. Foi ela quem exercitou uma grande influência sobre sua vocação. Na última entrevista concedida à Rádio Nuestra Señora de los Milagros de Caacupé, antes de se tornar Papa, disse: “Foi ela que me ensinou a rezar, transmitiu-me a. Contava-me a vida dos santos. Quando eu tinha um ano e um mês, nasceu meu irmão, e minha mãe não conseguia cuidar dos dois. Assim, minha avó, que vivia perto de casa, vinha me pegar de manhã e me levava para casa de noite”. 

Uma vez Bergoglio disse que tinha absorvido de sua avó também a atitude serena e confiante no se aventurar com um êxito incerto. A avó Rosa reagiu verdadeiramente assim quando o neto contou sua intenção de entrar no seminário: “Se Deus te chama é uma ótima coisa, mas não esqueça que a porta de casa permanecerá sempre aberta e que ninguém vai te repreender se decidir voltar”. 

Quando era ainda cardeal contou numa entrevista concedida para a EWTN: “Uma vez, quando eu era seminarista, minha avó me disse: ‘nunca esqueça que está para se tornar padre e a coisa mais importante para um sacerdote é celebrar a missa’, e me contou de uma mãe que disse ao seu filho que já era padre: ‘celebre a missa, cada missa como se fosse a primeira e a última’”.

São sempre dizeres de fé aqueles de sua avó. Também na homilia do Domingo de Ramos de 2013, o Papa disse de maneira espontânea: “minha avó dizia sempre a nós crianças: o sudário não tem bolsos!”, como quem quer dizer “devemos deixar as coisas acumuladas, pois elas não nos acompanham na última viagem”.

O afeto do Papa por sua avó permanece intacto no tempo. No volume “Francisco. O Papa do povo”, de Evangelina Himitan, a autora conta: “nos anos 60 visitava frequentemente sua avó na residência para os anciãos da ordem de São Camillo, onde morava. Era o único que fazia isso. No dia em que ela faleceu, contam as irmãs que estavam presentes, Bergoglio permaneceu ao seu lado até o fim. Quando a vida a deixou, ele ajoelhou e disse: ‘neste momento minha avó está enfrentando a hora mais importante da sua existência. Está no juízo de Deus. Este é o mistério da morte’. Alguns minutos mais tarde se levantou e foi embora, sereno como sempre”. 

No livro “Papa Francisco. O novo Papa se diz”, escrito por Francesca Ambrogetti e Sergio Rubin, conta que Francisco mantém no seu Breviário, onde reza todos os dias, o testamento da avó escrito a mão: “Que estes meus netos, aos quais dei o melhor do meu coração, tenham uma vida longa e feliz, mas se em qualquer dia a dor, doença, perda de uma pessoa amada os encher de desconforto, relembrem que um suspiro diante do Santíssimo, onde está o maior mártir, e um olhar para Maria aos pés da Cruz, pode fazer cair uma gota de bálsamo sobre as feridas mais profundas e dolorosas”. 

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