No total, mais de 800 palestinos morreram na ofensiva israelense, em sua maioria civis. Um total de 181 crianças morreram e 1.200 ficaram feridas
Os esforços por um cessar-fogo na Faixa de Gaza prosseguiam nesta sexta-feira, um dia após um morteiro israelense matar 15 pessoas em uma escola da ONU, em uma campanha na qual mais de 800 palestinos já morreram.
O conflito também ameaça se estender à Cisjordânia ocupada por Israel onde dois palestinos morreram nesta sexta-feira em confrontos com colonos e com as forças de segurança israelenses.
Todos os movimentos palestinos convocaram um "Dia da Ira" na Cisjordânia com manifestações contra a operação militar de Israel em Gaza, informaram fontes palestinas.
O gabinete de segurança israelense se reúne nesta sexta-feira para abordar uma proposta de cessar-fogo transmitida ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, pelo secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, durante uma reunião na quarta-feira em Tel Aviv, segundo a imprensa local.
"Se o Hamas aceitar a proposta americana, não é impossível que Israel decida aceitá-la", indicou a rádio pública citando uma fonte israelense anônima.
A esperança de um cessar-fogo que Kerry deu na quarta-feira segue viva, afirmou na quinta-feira o presidente palestino, Mahmud Abbas, após uma reunião com o rei Abdullah da Jordânia. Abbas pediu apoio à proposta egípcia de trégua rejeitada pelo Hamas na semana passada.
Antes de estudar um cessar-fogo, o movimento islamita que controla a Faixa de Gaza pediu o levantamento do bloqueio israelense imposto no território palestino desde 2006.
"Acreditamos que um cessar-fogo é possível, paralelamente a um levantamento do cerco a Gaza", reafirmou o chefe no exílio do Hamas, Khaled Mechaal, em uma entrevista na quinta-feira à BBC.
"Queremos um aeroporto, um porto, queremos nos abrir ao mundo. Não queremos estar controlados por uma fronteira que faz de Gaza a maior prisão do mundo", acrescentou.
As divergências persistem
Kerry tentou convencer Catar e Turquia, aliados do Hamas, a pressionarem o movimento islamita para que aceite a oferta egípcia, mas as divergências persistem, segundo um funcionário americano.
"Ainda temos trabalho a fazer. Certamente tenho trabalho esta noite", declarou na quinta-feira no Cairo.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, criticou, por sua vez, os muitos mortos, entre eles mulheres, crianças e funcionários da Organização, no ataque israelense de quinta-feira contra a escola da ONU em Beit Hanun (norte da Faixa de Gaza), enquanto Washington mostrou-se triste e pediu a proteção dos civis.
Ele também pediu uma "pausa humanitária" para Gaza em função da festa do Aid el-Fitr, que marca o fim do mês sagrado do Ramadã.
O embaixador palestino na ONU pediu em uma carta ao Conselho de Segurança uma investigação imediata, imparcial e completa sobre o bombardeio que, além de 15 mortos, deixou dezenas de feridos na escola onde pessoas deslocadas pelos combates eram abrigadas.
O exército israelense prometeu uma investigação, explicando ter respondido a foguetes do Hamas lançados de Beit Hanun.
O comissário-geral da Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA), Pierre Krahenbuhl, acusou em um comunicado Israel de não ter respondido a um pedido de corredor humanitário para evacuar uma escola, algo que um porta-voz militar israelense rejeitou.
Cerca de 110.000 palestinos se refugiaram nos centros da UNRWA, responsável por 75 das 116 escolas que, segundo a Unicef, sofreram danos na ofensiva iniciada por Israel no dia 8 de julho contra a Faixa.
Mais de 800 palestinos mortos
Na Cisjordânia, dois palestinos morreram nesta sexta-feira, um deles por disparos do exército israelense e outro por tiros de colonos, informaram fontes médicas e de segurança.