Aleteia logoAleteia logoAleteia
Domingo 04 Junho |
Aleteia logo
Atualidade
separateurCreated with Sketch.

Esforços por trégua em Gaza continuam mas conflito ameaça Cisjordânia

<p>Dez mil palestinos enfrentam soldados e a polícia no posto de controle israelense de Qalandiya, durante uma manifestação contra a ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza</p>

Agências de Notícias - publicado em 25/07/14

No total, mais de 800 palestinos morreram na ofensiva israelense, em sua maioria civis. Um total de 181 crianças morreram e 1.200 ficaram feridas

Os esforços por um cessar-fogo na Faixa de Gaza prosseguiam nesta sexta-feira, um dia após um morteiro israelense matar 15 pessoas em uma escola da ONU, em uma campanha na qual mais de 800 palestinos já morreram.

O conflito também ameaça se estender à Cisjordânia ocupada por Israel onde dois palestinos morreram nesta sexta-feira em confrontos com colonos e com as forças de segurança israelenses.

Todos os movimentos palestinos convocaram um "Dia da Ira" na Cisjordânia com manifestações contra a operação militar de Israel em Gaza, informaram fontes palestinas.

O gabinete de segurança israelense se reúne nesta sexta-feira para abordar uma proposta de cessar-fogo transmitida ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, pelo secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, durante uma reunião na quarta-feira em Tel Aviv, segundo a imprensa local.

"Se o Hamas aceitar a proposta americana, não é impossível que Israel decida aceitá-la", indicou a rádio pública citando uma fonte israelense anônima.

A esperança de um cessar-fogo que Kerry deu na quarta-feira segue viva, afirmou na quinta-feira o presidente palestino, Mahmud Abbas, após uma reunião com o rei Abdullah da Jordânia. Abbas pediu apoio à proposta egípcia de trégua rejeitada pelo Hamas na semana passada.

Antes de estudar um cessar-fogo, o movimento islamita que controla a Faixa de Gaza pediu o levantamento do bloqueio israelense imposto no território palestino desde 2006.

"Acreditamos que um cessar-fogo é possível, paralelamente a um levantamento do cerco a Gaza", reafirmou o chefe no exílio do Hamas, Khaled Mechaal, em uma entrevista na quinta-feira à BBC.

"Queremos um aeroporto, um porto, queremos nos abrir ao mundo. Não queremos estar controlados por uma fronteira que faz de Gaza a maior prisão do mundo", acrescentou.

As divergências persistem

Kerry tentou convencer Catar e Turquia, aliados do Hamas, a pressionarem o movimento islamita para que aceite a oferta egípcia, mas as divergências persistem, segundo um funcionário americano.

"Ainda temos trabalho a fazer. Certamente tenho trabalho esta noite", declarou na quinta-feira no Cairo.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, criticou, por sua vez, os muitos mortos, entre eles mulheres, crianças e funcionários da Organização, no ataque israelense de quinta-feira contra a escola da ONU em Beit Hanun (norte da Faixa de Gaza), enquanto Washington mostrou-se triste e pediu a proteção dos civis.

Ele também pediu uma "pausa humanitária" para Gaza em função da festa do Aid el-Fitr, que marca o fim do mês sagrado do Ramadã.

O embaixador palestino na ONU pediu em uma carta ao Conselho de Segurança uma investigação imediata, imparcial e completa sobre o bombardeio que, além de 15 mortos, deixou dezenas de feridos na escola onde pessoas deslocadas pelos combates eram abrigadas.

O exército israelense prometeu uma investigação, explicando ter respondido a foguetes do Hamas lançados de Beit Hanun.

O comissário-geral da Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA), Pierre Krahenbuhl, acusou em um comunicado Israel de não ter respondido a um pedido de corredor humanitário para evacuar uma escola, algo que um porta-voz militar israelense rejeitou.

Cerca de 110.000 palestinos se refugiaram nos centros da UNRWA, responsável por 75 das 116 escolas que, segundo a Unicef, sofreram danos na ofensiva iniciada por Israel no dia 8 de julho contra a Faixa.

Mais de 800 palestinos mortos

Na Cisjordânia, dois palestinos morreram nesta sexta-feira, um deles por disparos do exército israelense e outro por tiros de colonos, informaram fontes médicas e de segurança.

Seis palestinos morreram nos últimos dias na Cisjordânia, onde as manifestações contra a operação militar israelense na Faixa de Gaza desencadearam confrontos cada vez mais violentos com as forças de segurança.

Na Faixa de Gaza, Israel atacou durante toda a noite: um bombardeio contra uma casa em Deir al-Balah (sul) matou uma mulher de 26 anos e outra grávida de 23. Um bebê foi salvo, segundo o porta-voz dos serviços de emergência, Ashrafal al-Qudra.

Outras duas pessoas feridas em Khan Yunes (sul) faleceram.

Nesta sexta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu a criação de um corredor humanitário em Gaza para retirar os feridos e transportar medicamentos.

Mais de 5.100 pessoas foram feridas em Gaza, explicou um porta-voz da OMS, Paul Garwood, em Genebra.

"A OMS está muito preocupada pelo sofrimento humano e pela deterioração das condições de vida em Gaza devido ao conflito", afirma um comunicado transmitido nesta sexta-feira aos meios de comunicação.

"A OMS pede a criação de um corredor humanitário para retirar os feridos, e para enviar medicamentos", acrescenta.

A agência da ONU quer que este corredor permita que os pacientes cheguem aos postos de entrada e saída da Faixa de Gaza para receber atendimento médico.

No total, mais de 800 palestinos morreram na ofensiva israelense, em sua maioria civis. Um total de 181 crianças morreram e 1.200 ficaram feridas, segundo a Unicef.

Do lado israelense, um soldado morreu nesta sexta-feira ao norte da Faixa de Gaza, elevando a 33 o número de militares mortos desde o início da operação. Além disso, dois civis israelenses morreram, assim como um trabalhador agrícola tailandês.

(AFP)

Tags:
Mundo
Apoiar a Aleteia

Se você está lendo este artigo, é exatamente graças a sua generosidade e a de muitas outras pessoas como você, que tornam possível o projeto de evangelização da Aleteia. Aqui estão alguns números:

  • 20 milhões de usuários no mundo leem a Aleteia.org todos os meses.
  • Aleteia é publicada diariamente em sete idiomas: inglês, francês,  italiano, espanhol, português, polonês e esloveno
  • Todo mês, nossos leitores acessam mais de 50 milhões de páginas na Aleteia.
  • 4 milhões de pessoas seguem a Aleteia nas redes sociais.
  • A cada mês, nós publicamos 2.450 artigos e cerca de 40 vídeos.
  • Todo esse trabalho é realizado por 60 pessoas que trabalham em tempo integral, além de aproximadamente 400 outros colaboradores (articulistas, jornalistas, tradutores, fotógrafos…).

Como você pode imaginar, por trás desses números há um grande esforço. Precisamos do seu apoio para que possamos continuar oferecendo este serviço de evangelização a todos, independentemente de onde eles moram ou do quanto possam pagar.

Apoie Aleteia a partir de apenas $ 1 - leva apenas um minuto. Obrigado!

PT300x250.gif
Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia