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Mossul: surgem sinais de reação armada contra o Estado Islâmico

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John Burger - publicado em 02/08/14

A destruição do túmulo do profeta Jonas e de outros tesouros culturais parece ter sido a gota d’água para os habitantes da cidade iraquiana

Tudo tem limite. 

E parece que todos os limites já foram ultrapassados para a população muçulmana de Mossul, que sofre há quase dois meses a ocupação da cidade e de outras localidades do norte do Iraque por parte do grupo extremista Estado Islâmico do Iraque e da Síria (EIIL), mais recentemente chamado apenas de Estado Islâmico (EI) e autoproclamado como califado.

Após a destruição de monumentos históricos pelo grupo, começou a tomar forma o primeiro movimento local de resistência armada contra os jihadistas na fronteira entre a Síria e o Iraque. As informações são da agência de notícias Fides e de vários outros meios de comunicação.

De acordo com testemunhas locais, pelo menos cinco militantes do EI foram mortos na semana passada em atos planejados por grupos de jovens que se organizaram em resistência armada. Esses jovens formaram as chamadas Brigadas de Mossul, que pretendem combater o autoproclamado califado islâmico.

Em 24 de julho, os extremistas sunitas destruíram um venerado santuário que, segundo a tradição, continha o túmulo do profeta Jonas. Esse parece ter sido o estopim do “basta”. Os radicais islâmicos ameaçam continuar destruindo locais religiosos que consideram “expressões de idolatria”.

A repórter Loveday Morris, do Washington Post, informou que a indignação com a destruição de antigos santuários religiosos de Mossul provocou "os primeiros sinais de resistência" contra o Estado islâmico.

"Um grupo militante recém-formado, que se autodenomina ‘Batalhões de Mossul’ ou ‘Brigadas de Mossul’, afirma ter matado nove membros do extremista Estado Islâmico nos últimos dias, com o uso tanto de facas quanto de franco-atiradores, em retaliação à destruição dos locais religiosos", escreveu Morris na última quarta-feira. A repórter observa, no entanto, que as mortes não puderam ser verificadas de forma independente e não foram reconhecidas pelo Estado Islâmico.

"Há grupos não organizados lutando agora contra o EI", contou ao New York Times o residente Mosul Khalis Jumah. "Se nós tivéssemos poder e recursos, já poderíamos ter chutado o EI para fora de Mossul".

O primeiro-ministro iraquiano Nouri al-Maliki declarou no mesmo dia que o seu governo já destinou mais de 850 milhões de dólares para ajudar os desabrigados expulsos pelo EI de grande parte do norte do Iraque. Ele pediu que os sunitas que permanecem na região se armem contra os insurgentes, segundo informações da Associated Press.

Enquanto isso, o embaixador do Iraque junto à Santa Sé lamentou a perseguição que o EI vem promovendo contra os cristãos e afirmou que a população cristã é uma parte importante e histórica das origens do país.

"Esses jihadistas do Estado Islâmico impuseram a espada e querem matar os cristãos", disse Habbib M. H. Al-Sadr à Catholic News Agency em 24 de julho. "Isso não faz parte da nossa cultura, da nossa história, porque os cristãos são um componente fundamental e histórico do Iraque… Eles têm origens aqui", prosseguiu.

Al-Sadr, muçulmano xiita, é embaixador do Iraque perante a Santa Sé desde 2010.

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