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Despedida de solteiro: é certo ou errado?

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Aleteia Vaticano - publicado em 04/08/14
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Vale refletir para ver se houve uma compreensão do que é o amor, do reto uso da sexualidade e do que é o casamentoRevista Vive

Pergunta
Padre, logo uma amiga vai se casar e serei madrinha. Todos me dizem que devo organizar a despedida de solteiro, mas o tema da festa precisa ter uma conotação sexual e não me sinto à vontade com isso. Como posso convencer os outros do contrário?

Resposta
Obrigado pela oportunidade que você me oferece de esclarecer a questão. Aproveito para voltar-me tanto aos homens quanto às mulheres. A sua pergunta me enche de outras perguntas, a primeira que me vem em mente é: “Não é obvio o porquê é errado?”.

Imaginava que a despedida de solteiro fosse uma ocasião para compartilhar com alegria aquela que será a celebração do matrimônio. As pessoas que organizam esta festa querem compartilhar a alegria que um amigo(a) tem por encontrar o amor da sua vida e o fazem, talvez, para relembrar momentos agradáveis do período em que eram “solteiros”.

É uma ocasião para se alegrar pelo futuro estado de vida, aquele de ser, daquele momento em diante, uma esposa(o) e depois uma mãe, ou pai. Por que pensar que o “adeus” à vida de solteiro deve ter conotação sexual? Por que se abandona a vida de solteiro(a) desta maneira? Qual mensagem se quer transmitir? Será que aquilo que se quer dizer é que é preciso se despedir de todas aquelas coisas que se poderiam fazer quando se era solteiro e agora não se poderá mais fazer? Será a melhor maneira de dar fim à vida de solteiro?

Se for assim, é melhor que a pessoa não se case na Igreja, porque não compreendeu o que é o amor, nem o reto uso da sexualidade, e muito menos o que seja o matrimônio. Talvez pensam em dar uma "escapada" enquanto ainda podem. Mas eu pergunto: E depois? A vida de casado será um reflexo daquela que foi a vida de solteiro, e isto inclui a despedida de solteiro. Não é preciso cair no jogo da mentira e da irresponsabilidade de viver a vida sem Deus. 

Na Bíblia tem uma passagem onde se lê que “a boca fala do que o coração está cheio” (Lc 6,45). Do que é cheio o coração de uma pessoa que pensa que esta seja a maneira de cumprimentar uma noiva(o)? Quem participa deste tipo de festa se torna cúmplice da degradação do homem e da mulher, reduzindo o homem e a mulher a um mero objeto de prazer sexual.

Como pode um jovem se colocar diante do altar e dizer que será fiel por toda a vida, se alguns dias antes se envolveu com coisas que não ajudam a fidelidade? Podem ser coisas pequenas, mas dali nascem grandes infidelidades. “Ouvistes o que foi dito: Não cometerás adultério. Mas eu vos digo que quem cobiça a mulher do próximo já cometeu adultério com ela em seu coração” (Mt 5, 27-28). Aproveitamos também para falar das despedidas de solteiro onde são levadas as prostitutas, pessoas que fazem stripteaser e etc. É uma total incoerência.

Recomendo a essas pessoas que é melhor não se casarem na Igreja. O casamento é algo muito sério, e quem pensa que pode participar destas iniciativas de modo ativo ou passivo, e depois ir ao altar como se nada tivesse acontecido erra de maneira muito grave, e sugiro que avaliem a própria fé.

Pergunte a suas amigas por que a festa precisa ter esta conotação para ver se existe algum motivo sensato que justifique a temática.

Não sou contrário à diversão, mas esta deve ser saudável, sem esquecer que somos seres humanos e muito menos sem esquecer que somos cristãos.

Um católico não deveria nunca participar deste tipo de despedida de solteiro; e se vai e percebe que a conotação da festa é aquela, deve se retirar. Jesus diz no Evangelho: “Se o teu olho direito é para ti ocasião de pecado, arranca-o” (Mt 5, 29), falando-nos da radicalidade com a qual devemos agir contra o pecado ou qualquer situação que nos possa levar ao mal. Devemos nos esforçar a ser cada dia mais coerentes com o nosso ser cristãos e não consentir com um mundo que, com frequência, vira as costas para Deus e degrada a visão do ser humano.