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Iraque: reação ao extremismo e amizade entre os povos

Christians displaced from Mosul – pt

AP

Aleteia Vaticano - publicado em 06/08/14

Fundamentalismo violento e intolerante de um lado, confiança humana e religiosa de outro. E nós, de qual lado estamos?

Por Christian Albini

As notícias sobre a perseguição aos cristãos em Mossul levantam indignação e a ativa aproximação dos cidadãos e das instituições.

O teólogo italiano Giuseppe Dossetti havia antecipado com lúcida sabedoria em 1990, no início da Guerra do Golfo: a intervenção militar ocidental, apoiada criticamente por muitos católicos, alimentaria o fundamentalismo islâmico nos anos seguintes, a ponto de colocar em risco a existência do cristianismo no Oriente Médio.

Mas devemos também olhar os sinais de esperança que existem em meio às tragédias, como sementes que foram lançadas no terreno. Existem os muçulmanos iraquianos que demostraram solidariedade através do slogan “Sou iraquiano, sou cristão”. Um deles, o professor universitário de Mossul Mahmoud Al ‘Asali, foi assassinado por causa de sua aberta oposição aos terroristas: um muçulmano que deu a vida pelos cristãos. O jornal italiano La Stampa relatou as diversas instituições muçulmanas asiáticas que rejeitaram a perseguição do Califado. Uma condenação firme veio também do reitor da grande mesquita de Lion, o qual declarou que, pela própria fé, garantir o culto de todas as religiões é uma missão e um dever. 

Não é uma guerra entre religiões, ou um choque de civilizações. Relembremos que o Califado não está indo apenas contra os cristãos, mas atinge também os pacíficos sufis e os muçulmanos xiitas, destruindo até mesmo mesquitas. Estamos em um cruzamento antropológico: o fundamentalismo violento e intolerante, por um lado, e a confiança humana e religiosa que encoraja a convivência. E nós, de que lado estamos?

Na diocese à qual pertenço, motivar a liberdade religiosa, um dos direitos fundamentais, significa solidariedade com os cristãos perseguidos, mas também apoio aos muçulmanos que desejam poder ter seu próprio local de culto. São lados diversos da mesma fraternidade evangélica que se exprime também na exortação a fazer ao outro aquilo que queremos que seja feito a nós (cfr. Mt 7,12).

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CristãosMuçulmanosMundoPerseguiçãoReligião
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