A Liga Árabe anunciou, por sua vez, que enviará em breve ministros de pelo menos quatro de seus países membros a Gaza como mostra de "solidariedade" com os palestinos. Esta delegação também deverá avaliar as necessidades para a reconstrução do território palestino, estimadas pela Autoridade Palestina em vários bilhões de dólares.
"Olhe para a minha casa, foi pulverizada", lamentava Abu Musa al-Rus em frente ao que um dia foram as paredes de sua residência e que agora não passam de pedaços de concretos pichados pelos soldados israelenses.
Para o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o Hamas é o responsável pelos sofrimentos na Faixa de Gaza.
O premiê disse ainda que a ofensiva em Gaza é justificada e proporcional à ameaça representada pelo movimento islamita palestino.
Também destacou que é importante que a Autoridade Palestina desempenhe um papel em Gaza.
"Acho que isso é importante para a reconstrução de Gaza", afirmou à imprensa.
Uma guerra sem vencedor
Israel e o Hamas aceitaram uma trégua segunda-feira à noite, e agora as delegações israelense e palestina (com representantes do Hamas, de seu aliado da Jihad Islâmica e do Fatah) negociam no Cairo com exigências aparentemente irreconciliáveis.
O levantamento do bloqueio a Gaza é uma das principais exigências palestinas, enquanto Israel insiste em seu imperativo de segurança.
Os egípcios se reuniram terça-feira à noite com os israelenses, e nesta quarta com os palestinos.
As autoridades israelenses se mostraram discretas nesta quarta após seguidas fortes declarações.
Do lado palestino, a intransigência permanece, pelo menos publicamente. "Nossa delegação no Cairo (…) não cederá a qualquer uma de nossas exigências", garantiu Ismail Haniyeh, ex-primeiro-ministro do Hamas em Gaza e número dois do braço político do Hamas. "O que o ocupante não conseguiu no campo de batalha, não pode conseguir no cenário político", insistiu.
Os Estados Unidos indicaram que, provavelmente, participarão das discussões do Cairo. Todos cientes de que nada pode proteger contra uma nova explosão da violência em poucos meses.
O secretário de Estado americano John Kerry apelo os dois lados em conflito para aproveitar o cessar-fogo em Gaza para relançar o esforço mais amplo de paz israelense-palestiniano, o que parece mais distante.
Para a maioria dos israelenses a guerra na Faixa de Gaza não tem nada a ver com os esforços de paz mais amplos, enquanto que para 51% dos israelenses consideram que nem Israel nem o Hamas triunfaram neste último conflito, segundo uma pesquisa publicada pelo jornal Haaretz.