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Irmã Stephen, a religiosa que se tornou enfermeira

Sr Stephen Bloesl Nun Nurse Breeder of Farm Animals Courtesy of DIGINEXT FILMS – pt

Courtesy of DIGINEXT FILMS

Susan E. Wills - publicado em 09/08/14

Ela, porém, relutou e se perguntava se seria capaz de estudar enfermagem

Muitos de nós já experimentaram os caminhos amplamente inesperados que a vida pode tomar quando nos deixamos guiar por Deus. Ele poderia quem sabe ser chamado de “o Deus da segunda profissão” – talvez porque alguns de nós não O tenhamos escutado muito bem quando éramos mais jovens, ou talvez porque Ele queria que adquiríssemos competências que depois pudesse utilizar para coisas mais elevadas. Nos vinte anos do meu último trabalho na secretaria para a atividade pró-vida da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB), tínhamos um ex-arquiteto, um aspirante a professor e mais ou menos quatro procuradores aposentados, inclusive eu.

Poucos de nós pudemos superar a Irmã Stephen Bloesl, religiosa das Irmãs Servas de Cristo Rei, quando falamos de uma vocação dentro de outra vocação. A religiosa chama o momento em que sua vida tomou um novo rumo de momento “amigavelmente de Deus”.

Quando era jovem, tinha certeza de duas coisas: queria se tornar freira e não queria ser enfermeira. Não estudou química no ginásio e não queria dar injeções em ninguém. Destas coisas tinha certeza.

Quando era adolescente, porém, fez voluntariado em um hospital e trabalhava com idosos em casas de repouso. Quando a sua comunidade abriu a casa para idosos Villa Loretto, em Mt. Calvary, Wisconsis (Estados Unidos), em 1965, ficou feliz de poder ajudar como assistente de enfermagem.

A religiosa professou os votos em 1970, e muito tempo depois uma família agradecida pelos seus cuidados na casa Villa Loretto deu para a Instituição uma bolsa de estudos para que uma das freiras pudesse estudar enfermagem. A madre superiora pediu para a Irmã Stephen levar em consideração aquela providência. Ela, porém, relutou e se perguntava se seria capaz de estudar enfermagem, mas ao fim entendeu que era vontade de Deus.

Conseguiu um diploma de enfermeira, e a vida na casa de cuidados ao idosos continuou com sua rotina normal, até o dia em que as irmãs encontraram um carneiro abandonado. Algo naquele animal deixou os residentes cheios de ternura e alegria.

Até que um dia a Irmã Stephen foi a uma loja de animais e encontrou um filhote de cabra. Ela ficou encantada e voltou para Villa Loretto dizendo para as irmãs que deveriam levar um filhote de cabra para os residentes. Pouco tempo depois as irmãs tinham 15 cabras de leite. Depois chegaram os cavalos, burros, porcos, gansos e etc. 

Quando os filhotes são levados nos quartos dos residentes o sorriso invade o local. Quem não se sentiria feliz abraçando um lindo carneirinho? Mas os animais são também um fator que leva até o local as famílias dos visitantes com seus filhos. Em geral as casas de cuidados para idosos não são ambientes particularmente adaptados para crianças. Normalmente para elas não tem nada interessante para fazer, e até mesmo um membro ancião da família parece dolorosamente indiferente para uma criança quando está doente. A casa de idosos poderia ser o último lugar que as crianças gostariam de visitar num passeio de fim de semana. Mas, com tantos animais, a casa Villa Loretto parece uma festa, cheia de risadas.

Enfermeira, diretora da enfermaria e aquela que cuida dos animais, Irmã Stephen tem também um outro papel: estrela de documentário. A produtora Carolyn Jones, da Carolyn Jones Productions, decidiu produzir um documentário com o título: “The American Nurse: Healing America” (A freira americana: cura a América). A produtora entrevistou 103 enfermeiras que trabalham em várias estruturas do País. Seis enfermeiras foram escolhidas para participarem do documentário, entre elas a Irmã Stephen, para o ambiente único que criou em Villa Loretto.

É tentador se perguntar qual será a próxima aventura desta dinâmica enfermeira que uma hora está ajudando uma cabra a dar à luz, em outro momento guia as enfermeiras no canto de hinos enquanto toca um instrumento, em outro ainda saúda pacificamente uma residente em fase terminal. A verdade é que só Deus sabe.

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