A Igreja acolhe a dor da pessoa, embora reconheça que a ligação não é esponsal
Existe, segundo a Igreja, um direito ao conforto e à consolação para as pessoas homossexuais? Em uma paróquia da região da Toscana foi celebrado o funeral de um homem morto tragicamente de infarto. Durante a homilia, como conta o jornal italiano La Repubblica (dia 15 de agosto), o sacerdote pronunciou palavras simples, mas que não passaram desapercebidas: “Rezemos também por Emanuele, o companheiro de Francesco”.
“O padre – disse Emanuele – que me conhece bem porque íamos sempre juntos à casa dos parentes do Francesco, citou-me junto aos familiares no início da cerimônia. Ouvir pronunciar o meu nome foi como obter um reconhecimento pessoal pela minha história com Francesco”. O pároco explicou seu gesto: “Creio que, independente de qualquer categoria, as ligações afetivas são reconhecidas. Por isso citei o Emanuele na Igreja”.
“Antes de tudo – disse para a Aleteia o padre Paolo Gentili, diretor da Conferência Episcopal Italiana para a pastoral da família – a dor é algo de sagrado, sobretudo nas relações de uma pessoa com a qual existe uma ligação afetiva. Neste caso não falamos de um afeto esponsal, mas isso não tira a existência de uma ligação afetiva entre pessoas homossexuais. O sacerdote respeitou aquela ligação, mesmo não a reconhecendo como esponsal”.
Padre Paolo evidencia que durante um funeral muitas vezes acontece que o pároco fala o nome dos amigos do defunto, dos familiares, das pessoas mais ligadas a ele, para confortá-los. “E esse é um daqueles casos, porque Emanuele e Francesco eram muito conhecidos. Também o padre os conhecia há muito tempo”.
“A Igreja – afirma o diretor – no momento em que celebra a passagem ao Céu de uma pessoa, deve ter sempre um tom de misericórdia nas relações das pessoas próximas ao defunto porque estão sentidas e sofrendo a perda da pessoa”.