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Costume e virtude são a mesma coisa?

Mamá e hija haciendo deporte – pt

© Don DeBold

Revista Ser Persona - publicado em 27/08/14

O costume sozinho, mesmo sendo bom, mas desconectado de um bem superior, não melhora a nossa natureza

Por "costume", na linguagem comum, entendemos geralmente: moda, estilo, forma de vida, possessões físicas, disposições, rotinas, usos sociais, manias etc. Trata-se de comportamentos que são adquiridos pela repetição de ações, e são tão fortes, que, na maioria das vezes, se impõem a nós, pois estamos como presos neles; poderíamos dizer que são nossa segunda natureza.

Assim, podemos ter bons costumes arraigados, como: passear, fazer exercício, ouvir música, conviver com os amigos, ler, entre outros.

Igualmente, podem estar fortemente arraigados os maus costumes, que, sendo também uma segunda natureza em certas pessoas, não são outra coisa a não ser sua própria natureza caída, e se manifestam, por exemplo, na grande dificuldade de deixar de perder tempo na televisão várias horas ao dia, beber ou comer em excesso, ser desordenado, não estudar, não levantar na hora certa etc.

Os maus costumes são fáceis de adquirir e difíceis de abandonar.

Mas existem também os costumes indiferentes, por exemplo: vestir-se de uma cor determinada, comer sempre a mesma sobremesa, usar certo perfume etc.

Nos bons costumes, podemos ir além, transformando-os em virtudes, ou seja, realizá-los com uma intenção diferentes, dando-lhe uma maior dimensão, porque descobrimos neles valores humanos pelos quais fazemos um bem a nós mesmos e aos outros.

Para isso, é preciso colocar em jogo uma maior inteligência e aprofundar em tal bem, assim como na vontade para realizá-lo. Assim, deixam de ser bons costumes cotidianos para tornar-se ações com qualidades que melhoram nossa natureza. Dessa maneira, dá-se a humanização progressiva do homem como tal, consegue-se um maior exercício da autêntica liberdade e se é melhor pessoa.

Dito de outra forma, o simples costume, mesmo sendo bom, mas desconectado de um bem superior, não melhora a nossa natureza. Ninguém é melhor pessoa pelo simples fato de usar um terno, praticar golfe, saber sobre vinhos etc.

Tampouco se é melhor apenas por ter dons ou qualidades naturais, como aptidões atléticas, beleza, inteligência, possessões materiais, ou por viver certos costumes. Mas a pessoa pode ser alguém melhor por ter mais qualidades que dependem de uma inteligência e vontade que orientam nossa liberdade para o que é bom, justo, verdadeiro, para a nossa própria dignidade e a dos nossos semelhantes.

Um exemplo: podemos praticar um esporte que nos agrada e que também nos dê a oportunidade de conviver e desenvolver novas amizades, fazer-nos o propósito de ser pontuais, ter boas conversas, interessar-nos pelos outros, ser generosos, solidários etc.

Podemos usar de todos e cada um dos nossos dons e oportunidades para sair de nós mesmos e servir os outros, buscando a maturidade e a felicidade como portas que se abrem para fora, e a chave disso é a virtude.

(Artigo publicado originalmente pela revista Ser Persona)

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