Em encontro com jogadores de futebol, Francisco afirma que as religiões são chamadas a ser veículo de paz e nunca de ódio
O Papa Francisco enviou ontem (01) uma mensagem aos participantes da “Partida Inter-religiosa pela Paz”, jogada no Estádio Olímpico de Roma.
Minutos antes do início, foi projetado um vídeo em que, em castelhano, o Papa expressou sua alegria “ao ver tantas pessoas reunidas para celebrar esta partida tão simbólica, que ressalta a união dos times, a união dos que participam como espectadores e o desejo comum de paz”.
“O evento esportivo de hoje é um gesto simbólico para fazer compreender que é possível construir a cultura do encontro e um mundo de paz em que fiéis de diferentes religiões, mantendo sua identidade, convivam em harmonia e em mútuo respeito”, prosseguiu Francisco.
Bergoglio saudou a iniciativa da instituição educacional Scholas Occurrentes, uma das organizadoras do evento, cujos membros plantaram no estádio uma oliveira doada pelo próprio Pontífice como "símbolo de paz".
O Papa argentino se despediu pedindo desculpas por ter-se expressado em sua língua materna: “Peço desculpas por falar em castelhano, mas é o idioma do meu coração, e hoje quero lhes falar de coração”.
Antes do jogo, o Papa recebeu os jogadores no Vaticano. Disse a eles que “as pessoas, especialmente os jovens, olham com admiração para as vossas capacidades atléticas. É importante dar um bom exemplo, quer no campo, quer fora dele. Nas competições esportivas, vocês são chamados a mostrar que o esporte é alegria de viver, jogo, festa e como tal deve ser valorizado mediante a recuperação da sua gratuidade, da sua capacidade de estreitar vínculos de amizade e abertura de uns aos outros”.
O Papa salientou aos jogadores, que com os comportamentos cotidianos, “carregados de fé e de espiritualidade, de humanidade e de altruísmo”, eles podem favorecer ideais de “pacífica convivência civil e social, para a edificação de uma civilização fundada no amor, na solidariedade e na paz. E esta é a cultura do encontro”. É preciso fortalecer a consciência “da necessidade de empenhar-se para que o esporte contribua” a uma “pacífica existência de todos os povos, excluindo toda discriminação de raça, de língua e de religião”.
“Vocês sabem que discriminar pode ser sinônimo de ‘desprezar’. A discriminação é um desprezo e vocês, com esta partida de hoje, dirão ‘não’ a qualquer forma de discriminação. As religiões, em particular, são chamadas a ser veículo de paz e nunca de ódio, porque em nome de Deus se deve levar sempre e somente o amor. Religiões e esporte, entendidos neste modo autêntico, possam, colaborar e oferecer a toda a sociedade sinais eloqüentes daquela nova era em que os povos ‘não levantarão a espada um contra o outro’”.
O jogo começou às 20h45, no horário de Roma, com os times treinados pelo atual técnico argentino, Gerardo Tata Martino, e o selecionador do Arsenal, o francês Arsene Wenger, e capitaneados por Zanetti e Gianluigi Buffon.
No final, a equipe Scholas Occurrentes perdeu para o Pupi, fundação criada pelo ex-lateral-esquerdo argentino Javier Zanetti, por 6 a 3.
(Com Rádio Vaticano)