Fugir ou desesperar-se não são opções válidas
Atos de violência estarrecedores inundam as manchetes internacionais. O Estado Islâmico está decapitando jornalistas, crucificando cristãos e exterminando yazidis. Os cartéis mexicanos do narcotráfico, de forma desenfreada, espalham cadáveres sem cabeça pelas periferias e se instalam cada vez mais no lado norte-americano da fronteira. Os estupros coletivos se tornaram um grande problema na Índia, na Austrália e na Grã-Bretanha.
Ao mesmo tempo, a fé cristã se vê obrigada a recuar cada vez mais para um canto escuro da realidade cotidiana. Aqui nos Estados Unidos, por exemplo, a Califórnia está obrigando as instituições católicas a pagar abortos, coisa que a nova legislação federal de saúde pública pretende fazer no país inteiro. Em paralelo, os distúrbios sociais na cidade de Ferguson revelam uma divisão racial profunda e expõem a rapidez com que tumultos e saques podem se espalhar por uma grande cidade norte-americana. Convicções católicas (e judaicas e muçulmanas e budistas…) sobre o casamento e a família são denunciadas como se fossem fanatismo e veem os seus direitos serem negados.
O que é que um cristão deve fazer neste panorama?
À primeira vista, as opções parecem ser “fuja se puder; se não puder, esconda-se, encolha-se em posição fetal e reze para que a sua morte seja indolor”.
Mas nós temos opções melhores do que essas.
Não se esqueça, caro leitor, do que aconteceu no meio da tempestade, quando os apóstolos entraram em pânico e gritavam: "Salva-nos, Senhor, ou pereceremos!". Jesus disse a eles: "De que tendes medo, homens de pouca fé?". E então se levantou, repreendeu os ventos e o mar e fez-se a mais perfeita calmaria.
Nós sabemos que as forças das trevas não vão destruir as forças do bem, da beleza e da verdade. Seria impossível. O mundo é de Deus, não do diabo. E a vontade de Deus, em última instância, não será derrotada.
Uma entrevista com o escritor Brian Jacques ficou na minha mente durante muitos anos. O falecido Jacques é o autor de uma série de livros para jovens. Na entrevista, ele defendeu os seus enredos dizendo: "O bem sempre vence. Sempre! Não só nos livros, mas na vida real também. Se o bem não vencesse, todos nós estaríamos por aí marchando com suásticas tatuadas na testa, não estaríamos?".
Eu acho que é uma boa comparação. Imagine como as pessoas se sentiam em 1941. Londres sofreu o pior ataque da Alemanha em maio daquele ano. O holocausto entrava numa fase nova e brutal de eficiência assassina. Stalin começava a fazer deportações étnicas maciças. Em dezembro, Pearl Harbor foi atacada pelo Japão.
No meio daquela escuridão arrebatadora da Segunda Guerra Mundial, tudo parecia desmoronar. Mas, hoje, nós sabemos que o mundo não acabou naquele ano. O avanço esmagador do mal se chocou com uma reação fantástica. As nações aprenderam a rejeitar o totalitarismo e uma nova era de paz e de prosperidade foi anunciada.
Se isto era verdade em 1941, também é verdade hoje.
Os bandidos islamitas, os cruéis senhores da droga e da guerra e os vários profetas do anarquismo constituem uma grave ameaça neste momento; mas se o mundo responder com coragem e capacidade de sacrifício, essas ameças também vão ser reduzidas a notas de rodapé no livro da história da humanidade. E qual será a "novidade" que o mundo vai aprender desta vez? Como esse novo aprendizado irá fortalecer o nosso futuro?
1941 não foi assustador só internacionalmente. Aqui dentro dos Estados Unidos, depois de quase 80 anos de suposta “liberdade”, os negros norte-americanos ainda eram segregados no sul do país. Nos Estados do norte, começavam a se intensificar os protestos contra os desprezos dos empregadores. O sonho de Martin Luther King ainda estava a uma distância de 22 anos no futuro. Mas os líderes dos direitos civis, ao lutarem pela verdade, se mantinham do lado da bíblia e dos princípios fundadores da pátria. E uma cultura em que o racismo estava espalhado por toda parte acabou se transformando numa cultura em que o racismo foi sendo condenado em toda parte.