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Ucrânia: a história do sacerdote sequestrado

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© ACS

Ajuda à Igreja que Sofre - publicado em 15/09/14

“Vivi momentos dramáticos, mas sempre encontrei força na oração”, diz padre Sergej

“Creio que os meus sequestradores já me observavam há algum tempo, porque tinham muitas informações sobre mim e sobre meus paroquianos”. O padre Sergej, um dos três sacerdotes sequestrados na Ucrânia entre os meses de julho e agosto, contou para Ajuda à Igreja que Sofre como foram os seus doze dias de prisão. O sacerdote greco-católico, que pertence à arquidiocese de Donetsk, foi sequestrado no fim de julho enquanto estava dirigindo seu carro.

“Do carro que se encontrava ao lado do meu desceram três homens do exército da Nova Rússia. Logo compreendi que me buscavam. Obrigaram-me a entrar no carro deles e depois me fizeram desmaiar.”

Quando o padre Sergej acordou os seus sequestradores explicaram que aquilo estava acontecendo por “culpa” dele, porque ele era um dos promotores de um dia de oração pela paz e a unidade da Ucrânia. Uma oração contrária à Nova Rússia. “Se em 42 alguém tivesse rezado para a União Soviética em Berlim, o que teriam feito os alemães?”, perguntaram a ele. 

Os sequestradores ameaçaram muitas vezes o sacerdote dizendo que o matariam. “Eles me diziam que era para eu rezar porque aqueles seriam os meus últimos momentos – conta – depois atiravam para cima”. O padre Sergej não sofreu torturas, mas foi privado da insulina necessária para manter sobre controle seu diabetes. “Com o passar dos dias minhas condições pioravam e supliquei a eles que me dessem os remédios, mas minhas suplicas não foram escutadas”. 

Depois de uma semana de prisão os sequestradores se juntaram a um homem com um forte sotaque de Moscou – diferente dos outros que certamente eram de Donetsk – que interrogou o sacerdote durante quatro dias consecutivos. “O homem tinha muitas informações sobre mim e sabia até mesmo os nomes dos meus paroquianos”. No décimo segundo dia de sequestro o padre Sergej foi vendado e colocado no carro. Ele estava convencido de que em poucos minutos estaria morto, mas após um breve percurso os sequestradores o deixaram sozinho. Esperou algumas horas para poder começar a guiar em direção à salvação.

“Vivi momentos dramáticos, mas sempre encontrei força na oração – relembra -. Quando a minha pressão sanguínea aumentava por causa da falta dos medicamentos, eu começava a rezar o terço. Por um milagre meu coração voltava a bater mais lentamente.”

Padre Victor, sacerdote católico da diocese de Charkiv-Zaporižžja, foi sequestrado em circunstâncias parecidas. “Alguns homens do exército da Nova Rússia me pararam – contou para Ajuda à Igreja que Sofre – depois de terem visto meus documentos me pediram para segui-los, assim realizavam um pequeno controle, fui libertado onze dias depois”. Também ele suportou vários interrogatórios e mais de uma ameaça de fuzilamento. Inicialmente os separatistas acreditavam que padre Victor era um espião, porque vinha da Ucrânia central. No pequeno quarto onde foi prisioneiro, com menos de doze metros quadrados, alternaram-se mais de 50 reféns, aos quais o sacerdote pôde fornecer assistência espiritual. 

O terceiro sacerdote sequestrado, padre Pavel, é polonês, trabalhava no Cazaquistão e se encontrava na Ucrânia para participar do dia de oração pela paz.

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