A dificuldade com a qual dois amigos teimosamente recomeçam continuamente uma discussão no esforço de encontrar um acordo é um bom exemplo disso: não podem resignar-se a serem divididos, nem mesmo querem se violentar, portanto refinam continuamente o próprio pensamento na desgastante busca de uma verdade comum que permita salvaguardar a unidade sem sacrificar a liberdade e a consciência de cada um.
A via sobrenatural é aquela da graça, que encontra o seu protótipo na comunhão eucarística. Quando o meu corpo se une ao Corpo de Cristo é abolida cada distância entre o meu ser e aquele de Jesus, eu me torno literalmente parte Dele.
Isso não diz somente da nossa relação com Deus, mas também o nosso relacionamento entre nós. De fato, na medida em que sou fascinado por Cristo e seduzido por Ele, posso superar cada diferença que se coloca entre nós, como escreve São Paulo: “não existem mais judeus, nem gregos, nem escravos, nem livres, nem homem, nem mulher”.
Não somos nós que cortamos a distância, mas esta foi preenchida em um momento não do nosso trabalho, mas da graça de um dom não merecido de Deus, porque no encontro com Ele experimentamos um fascínio que povoa todo o nosso ser fazendo de nós “novas criaturas”.