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Uma mãe de família como chefe do Conselho Pontifício para a Família?

Woman cooking dinner in the kitchen – pt

© Riccardo Piccinini/SHUTTERSTOCK

Ary Waldir Ramos Díaz - publicado em 19/09/14

A Aleteia entrevista Dom Paglia, que propõe um papel mais ativo dos leigos na Igreja, sem “clericalismo” nem “familiarismo”

O Papa Francisco e o grupo de 9 cardeais que o assessoram na reforma da cúria estão considerando seriamente o tema dos leigos e a família. Isso significa que a reflexão abrange, entre outros aspectos, a questão da mulher na sociedade e na Igreja, bem como a juventude e os movimentos leigos.

Precisamente por ocasião da apresentação, na última terça-feira, no Vaticano, do Encontro Mundial das Famílias da Filadélfia (22 a 27 de setembro de 2015), conversamos com Dom Vicenzo Paglia, presidente do Conselho Pontifício para a Família, sobre o papel dos leigos na Igreja ou na gestão de um grande organismo da cúria romana.

Como a Igreja Católica pode apoiar os leigos para que tenham um papel ativo na reflexão atual sobre os desafios da família?

É indispensável dizer às famílias que participem mais da vida da Igreja. Neste sentido, é necessário dizer: que os jovens sintam com mais audácia seu compromisso! Que os pais não abandonem seu papel educativo! Que os pais não pensem em ser felizes com uma atitude fechada! Que os avós não sejam descartados, mas descobertos em sua importância de transmitir a cultura! Assim, poderíamos falar de uma primavera das famílias, partindo de um novo compromisso na Igreja.

Existem obstáculos para este compromisso?

Eu gostaria que as famílias se libertassem do “familiarismo” e que as comunidades cristãs se libertassem do “clericalismo”. Portanto, é preciso que haja uma osmose. Tornar muito mais dinâmicos os encontros nas paróquias, nas dioceses. Isso para que os membros das famílias sejam mais abertos ao mundo e à Igreja.

Qual é o papel das mulheres?

Precisamos abrir os olhos para um papel mais ativo das mulheres. Muitas vezes, seu papel é deixado de lado. Sua sabedoria é isolada. Digo isso vendo a realidade de vários países. Sem dúvida, o papel da mulher precisa encontrar maior força em todos os âmbitos da vida humana: na política, na Igreja, na administração, na gestão. É por isso que se torna indispensável um ressurgimento das famílias.

A Igreja Católica está pronta para aceitar que um pai ou uma mãe de família seja chefe de um dicastério – por exemplo, do Conselho Pontifício para a Família?

É claro que há necessidade. O que buscamos é que o Conselho Pontifício para a Família tenha uma maior presença das famílias, muito além da que existe hoje. Sem dúvida. Penso que, em um dicastério como o da família, será preciso que os leigos tenham mais cargos de gestão.

Então, podemos esperar alguma nomeação?

Certamente, nos cargos superiores. Mas a estrutura da Igreja não é imediatamente aplicável às estruturas sociais conhecidas. São Gregório Magno, Santo Ambrósio, São Cipriano, quando entenderam que queriam fazer deles bispos, fugiram. Portanto, toda esta competição para ser chefes… penso que precisaria ser desacelerada.

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